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F-15E Strike Eagle é carregado com cinco mísseis de cruzeiro AGM-158 JASSM

Um caça-bombardeiro F-15E Strike Eagle do 85º Esquadrão de Testes de Avaliações (85th TES), da Força Aérea Americana foi carregado com cinco mísseis AGM-158 JASSM (Joint Air-to-Surface Standoff Missile) em um teste chamado Projeto Strike Rodeo.

A prova de conceito realizada nesta terça-feira (11) na Base Aérea de Eglin, na Flórida, estabelece as bases para os testes de voo que serão realizados subsequentemente. Se bem-sucedidos, os ensaios podem mais do que dobrar a atual capacidade de carga de mísseis JASSM no F-15E. 

Segundo o Tenente-Coronel Mike Benitez, diretor de pessoal da 53ª Ala, a iniciativa começou em janeiro desse ano com um grupo de trabalho da WEPTAC (Weapons and Tactics Conference), onde uma equipe de especialistas estava trabalhando em um cenário específico que contava com a capacidade de escoltar um bombardeiro carregado com munições standoff até um ponto de lançamento em um ambiente altamente contestado.

O F-15E do 85th TES com os mísseis JASSM. Foto: Master Sgt. Tristan McIntire/USAF.

Desenvolvido pela Lockheed Martin para as Forças Armadas dos EUA, o AGM-158 JASSM é um míssil de cruzeiro com características de baixa-observabilidade (stealth) em serviço com a USAF desde 2009.

O armamento tem um alcance de 370km e possui uma ogiva de 450kg de explosivos, reforçada para a penetração de alvos como hangares e bunkers reforçados. Sua mais nova variante, JASSM-ER, entrou em serviço em 2014, tem um alcance de 925km e também é base para o AGM-158C LRASM, novo míssil anti-navio de longo alcance para a Marinha dos EUA, atualmente em desenvolvimento.

Alguns militares levantaram a hipótese de que o uso de uma formação de caças ao invés de um único bombardeiro para empregar uma salva de mísseis JASSM poderia não apenas reduzir o tamanho e a complexidade do pacote de ataque necessário para executar a missão, mas também distribuir o risco da missão por toda a força.

Infelizmente, o número máximo de JASSM que qualquer caça pode carregar atualmente é dois, o que significa que embora a ideia seja viável, ela não era viável com base no número de caças necessários, a menos que um caça pudesse transportar mais mísseis.

Mísseis de cruzeiro AGM-158, mísseis ar-ar AIM-9 e AIM-120 e um casulo LANTIRN montados em um F-15E para o projeto Strike Rodeo. Foto: Master Sgt. Tristan McIntire/USAF

Com essa ideia em mente, o F-15E Strike Eagle foi a plataforma considerada para assumir a tarefa de transportar mais de dois AGM-158, dando origem ao Projeto Strike Rodeo. Infelizmente, as munições não caberiam nas estações de armas do tanque de combustível conformal do F-15E, já que o JASSM foi projetado para ser carregado diretamente da base de seus contêineres de transporte, que são muito grandes para caber sob o F-15E sem atingir o trem de pouso principal.

Em Eglin, uma equipe conjunta entre a 96ª Ala de Testes e o Centro de Gerenciamento do Ciclo de Vida da Força Aérea foi formada dentro da própria 53ª Ala para buscar uma solução.

Usando os fundos de inovação da unidade, a equipe projetou e fabricou uma ferramenta especial de carregamento e escreveu novos procedimentos de carregamento de armas. O Projeto Strike Rodeo atraiu o interesse do Escritório de Programas de Sistemas do F-15, que forneceu o financiamento para executar este teste de carga.

Foto: Master Sgt. Tristan McIntire/USAF

“Ninguém nos disse para fazer isso”, disse o Tenente-Coronel Benitez.

“Vimos a necessidade e a oportunidade, por isso executamos. Essa atitude contagiante impulsionou todas as unidades ou escritórios com os quais coordenávamos. Todos queriam ver se poderíamos fazer isso, e ninguém nunca recuou e pediu uma exigência ou uma tarefa formal mais alta na sede.”

Com a execução bem-sucedida desse teste de carga, o Projeto Strike Rodeo passou da ideia à execução em cinco meses.

“Este é um esforço de inovação de esquadrão com implicações operacionais e estratégicas”, disse Benitez. “O Projeto Strike Rodeo tem tudo a ver com a criação de opções para comandantes militares, que, em última análise, podem ser usadas para criar vários dilemas para o adversário.” 

Foto: Master Sgt. Tristan McIntire/USAF

O Strike Rodeo é mais um exemplo dos investimentos que a USAF vem fazendo para o aumento de capacidades do F-15E. Em fevereiro, o 85th TES conduziu um ensaio onde um Strike Eagle foi carregado com 15 bombas JDAM, em uma prova de conceito da doutrina Agile Combat Employment, conhecida pela sigla ACE. 

Dessa maneira, o avião pode ser usado para transportar as bombas para serem carregadas em outros caças, eliminando a necessidade de mais aviões de transporte e aumentando a dinâmica e velocidade de desdobramento, desenvolvendo uma rápida capacidade de emprego de diversas unidades, operando de maneira enxuta e com pouco apoio logístico.

No teste do Strike Rodeo, o F-15E também foi carregado com mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM e casulos de navegação AN/AAQ-13 e de pontaria AN/AAQ-33 Sniper. Além do F-15E, o AGM-158 também pode ser usado pelos caças F-16 Fighting Falcon, F/A-18 Hornet e pelos bombardeiros B-1B Lancer, B-2 Spirit e B-52 Stratofortress. 

Via 53rd Wing

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: F-15E Strike Eagle, Mísseis, usaexport, USAF