O 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), o Esquadrão Jaguar, da Força Aérea Brasileira completa hoje (11) 43 anos. A unidade será a primeira da FAB a operar os novos caças Saab F-39E/F Gripen, devendo receber as primeiras aeronaves ainda em 2022. 

O 1º GDA tem como sede a Base Aérea de Anápolis (BAAN) e hoje cumpre sua missão com os veteranos, porém atualizados, Northrop F-5EM/FM Tiger II. No passado o esquadrão operou os lendários Dassault Mirage F-103 (Mirage IIIDBR e EBR) e Mirage F-2000 (Mirage 2000B/C). 

A unidade tem suas origens na 1ª Ala de Defesa Aérea (1ª ALADA), cujo núcleo (NuALADA) foi ativado em 09 de fevereiro de 1970 com o início das obras do que hoje é a BAAN.

A fundação da ALADA veio de estudos da FAB ainda da década de 1960, quando se viu a necessidade de uma unidade dedicada à defesa do espaço aéreo brasileiro, especialmente do Distrito Federal. 

Em maio de 1970 o Comando da Aeronáutica selecionou o caça francês Mirage III como a aeronave interceptadora dedicada da ALADA, adquirindo inicialmente 16 aviões: 13 Mirage IIIEBR de um assento, designados F-103E, e três Mirage IIIDBR de dois assentos assentos, designados F-103D. 

Em 1973 os primeiros Mirage III iniciavam o serviço na 1º ALADA. A Ala foi desativada seis anos depois e em seu lugar foram fundados o 1º GDA e a Base Aérea de Anápolis.

Em 09 de abril 1982, em plena Guerra das Falklands/Malvinas, o Jaguar cumpriu sua primeira missão real, interceptando um jato Ilyushin Il-62M da companhia aérea Cubana, que entrou no espaço aéreo brasileiro sem permissão. Dois Mirage III, pilotados pelo Major-Aviador Paulo César Pereira e o 1º Tenente-Aviador Eduardo José Pastorelo de Miranda, cumpriram a primeira interceptação real do 1º GDA. 

Na década de 1990 os Mirage, que já apresentavam os sinais da idade, passaram por uma modernização que trouxe a instalação de canards fixos, melhorando a capacidade de manobra do caça em baixas velocidades.

A FAB também chegou a testar a instalação de uma sonda de reabastecimento em voo em um dos caças, mas a modificação não foi incluída na frota completa. 

Em 1997 os F-103 receberam os mísseis de curto alcance Rafael Python III, que substituíram os já obsoletos Matra R530. Sete anos depois, em 31 de dezembro de 2005, os Mirage III foram oficialmente aposentados.

No mesmo ano o Governo adquiriu 12 caças Mirage 2000B/C provenientes dos estoques da Força Aérea Francesa. Designados F-2000B/C, os deltas eram equipados com mísseis Magic II de curto alcance e Super 530D de médio alcance, guiados por radar semi-ativo. As primeiras aeronaves chegaram em 2006 e seguiram operando até 2013, um ano a mais que sua aposentadoria inicialmente prevista. 

Clique aqui e saiba mais sobre o último voo do Mirage 2000 no país e sua história na FAB.

O derradeiro voo do Mirage 2000 de matrícula 4948 encerrava a era dos deltas franceses no 1º GDA. Saíam os Mirages e entravam os Tigres, que apesar de mais antigos ainda poderiam usar armamentos mais avançados, na forma dos mísseis Python IV de curto alcance e o Derby, guiado por radar ativo. 

Os Tigres seguem operando com os Jaguares, mas logo darão lugar aos novos Saab Gripen E/F, cujas primeiras unidades operacionais já estão no Brasil desde o início deste mês.

A FAB planeja terminar 2022 com pelo menos quatro F-39E em serviço com o Esquadrão Jaguar, que mais uma vez terá em suas mãos a aeronave de caça mais poderosa da frota da Força Aérea Brasileira. 

Se a defesa da Pátria é meta
Pode a seta veloz sibilar
E do abrigo decola alerta
Ao combate o possante Jaguar! 

Trecho da canção Asas e Garras do 1º GDA.