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Flight Report: como é voar na Classe Executiva do Airbus A350 da Azul?

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No dia 16 de Maio de 2023, uma noite com poucas nuvens e gelados 13°C, embarcamos no voo Azul 8701 saindo do Aeroporto de Paris-Orly (ORY) com destino a Viracopos em Campinas (VCP). A aeronave escalada, um Airbus A350-900 de matrícula PR-AOW (O segundo A350 a ser incorporado na frota da Azul), é batizado “Onde os sonhos voam” seria a escolhida para nosso voo até o Brasil.

De início me causou preocupação que o voo partiria do aeroporto de Orly, que fica um pouco mais afastado que o principal Aeroporto parisiense, o Charles de Gaulle (CDG). Porém o acesso ao terminal é muito fácil e rápido. Pegamos um trem (lá chamado de RER) até a estação Antony e de lá pagamos 11,5€ na passagem do OrlyVal; um sistema de shuttle entre a estação de trem e os terminais do aeroporto.

A viagem dura 6 minutos até os terminais 1, 2 ou 3 e mais 1 minutinho até o terminal 4 (de onde partem os voos da Azul).

OrlyVal Terminais Aeroporto
Foto: Júlio Souza

O check-in estava bem tranquilo, praticamente vazio. Eram vários atendentes disponíveis e todos falavam português muito bem, felizmente pois meus conhecimentos em francês se restringem ao Bonjour e Merci.

A fila da segurança e da imigração estavam desertas pois esse era o último voo do dia no aeroporto, uma vez que o aeroporto fecha às 23h e o nosso horário de partida previsto era 22h15min.

Embarque começou no horário e foi muito organizado, começando pelos clientes Prioridades por lei, seguidos da classe Business e seções 1, 2 e 3.

Me acomodei na confortável poltrona da classe executiva 7H, na janela. O comissário Alexandre me deu as boas vindas a bordo, ofereceu um welcome drink, um mix de castanhas e anotou meu pedido para o jantar, me ajudando com a extensa cartela de vinhos e sugerindo um que mais harmonizasse com o prato que escolhi e que mais se aproximasse ao meu gosto.

A350 Azul
A configuração da Business Class do A350 da Azul

O pouso em Viracopos estava estimado para as 04:30 da manhã no horário de Brasília, e num gesto de pura consideração, a tripulação perguntou a todos se gostariam de ser acordados para o café da manhã, que aconteceria por volta de 1 hora e meia antes do pouso. Lógico que pedi para ser despertado, não poderia perder a chance de mostrar o serviço do café da manhã para vocês 🤭.

O comandante Saldanha fez o seu anúncio de boas vindas, disse que teríamos 11 horas de voo pela frente e que o tempo em rota era bom, assim como o de Campinas, que nos aguardava com temperatura de 11°C, cerca de 2°C a menos que estava em Paris naquela noite.

Pontualissimamente às 22:15, no horário previsto, o A350 iniciou o seu pushback do terminal 4 de Orly e performou logo em seguida o seu táxi para a pista 07, a segunda maior de Orly, com 3.320 metros de comprimento.

Às 22:37 o comandante Saldanha acelerou os poderosos motores Rolls-Royce Trent XWB do Airbus A350 da Azul e decolou suavemente com um peso atual de aproximadamente 253 toneladas.

Airbus A350 Azul Paris
Foto: Júlio Souza

Cerca de 50 minutos depois da decolagem foi iniciado o serviço de bordo, com o jantar que os comissários tinham anotado quando ainda estávamos em solo francês. Minha escolha para o jantar foi uma salada verde com tomate cereja e croutons de entrada, um fricassê de frango ao molho de tomate com manjericão acompanhado de arroz misto, vagem e tomate cereja assado. De sobremesa, uma mousse de chocolate com um fundo crocante.

Além disso o prato acompanhava um pão que parecia ter sido tirado do forno há pouquíssimo tempo, junto de uma manteiga francesa muito saborosa.

O frango estava divino, possuía um recheio muito gostoso de espinafre e combinava muito bem com o molho do fricassê. A sobremesa estava deliciosa, com uma crosta na crocância perfeita e um creme de chocolate meio amargo no topo que deu um toque muito equilibrado e saboroso ao prato, junto do vinho do porto Tawny 10 anos que pedi tudo ficou ainda mais saboroso.

Jantar voo Paris
Foto: Júlio Souza
Foto: Júlio Souza

Ao servir a sobremesa os comissários deixam também uma garrafa de água com uma mensagem bem acolhedora, dizendo “se precisar é só chamar”.

Foto: Júlio Souza

O sistema de entretenimento da Azul nunca decepciona, com uma tela de 16 polegadas abastecida de várias séries e filmes e também uma página com músicas, mas achei a variedade de músicas aquém.

Os joguinhos são bem legais e nos fazem gastar muito tempo com eles, ainda mais com o controle que há no assento cheio de botões que tornam a interatividade ainda mais prazerosa.

Nesse mesmo controle há botões para acender a luz de leitura, ligar ou desligar a tela do entretenimento e até mesmo de chamada dos comissários. Infelizmente o Airbus A350 não possui Wi-Fi como na maioria das aeronaves operadas pela Azul nos voos domésticos.

Depois da decolagem, subimos ao nível de voo 370 (37.000 pés de altitude) e por volta de 6 horas e 45 minutos depois da decolagem, subimos até o nível final de voo, 410.

A essa altitude, o céu fica estrelado de um jeito que nenhuma palavra pode descrever sua beleza. Bem no horizonte é possível ver a curvatura da terra, mas infelizmente nenhuma câmera é capaz de registrar a beleza dessa vista do jeito que ela realmente é.

Os assentos da classe executiva são extremamente confortáveis, largos e com um controle de reclínio bastante cômodo. Assim que entramos no avião já encontramos em todos eles a manta e o travesseiro (bem mais confortáveis que os da classe econômica), além da clássica nécessàire da Azul, com meias, tapa-olhos, plugs redutores de ruído para os ouvidos, bagtag, creme hidratante para as mãos, creme hidratante labial, escova de dente, creme dental, lenços de papel e uma caneta personalizada da Azul.

Os fones de ouvido também eram bem ergonômicos, que cobriam toda a orelha e tinham uma qualidade de som impressionante. Como o voo era de madrugada, aproveitei para deixar o assento completamente reclinado à 180°, para dormir. Eu mal podia acreditar que estava voando a 41 mil pés de altitude e completamente deitado numa cama de classe executiva.

Airbus A350 Azul
Foto: Júlio Souza

Como os comissários desse tipo de voo estão sempre nos internacionais, perguntei quais eram as suas preferências para voar, trabalhar ou descansar. Todos foram unânimes em dizer que o A350 é o mais confortável de todos devido ao baixo nível de ruído e amplo compartimento de descanso da tripulação (apelidado de sarcófago).

Faltando cerca de uma hora para o pouso em Campinas, foi servido o café da manhã, onde optei pela omelete recheada com queijo e um capuccino. Tudo foi acompanhado de frutas da estação e um croissant originalmente parisiense. Um destaque especial para o saleiro e pimenteiro nas cores do Brasil com um design bem bacana, que dá um charme especial à mesa.

Café da manhã voo Paris Orly Flight Report
Foto: Júlio Souza

Às 4:34 da manhã pelo horário de Brasília, ocorreu o pouso no Aeroporto internacional de Viracopos em Campinas, seguido do táxi até a posição de parada A06. Mais uma vez reforçando a excelência em pontualidade da Azul, o corte dos motores ocorreu às 04:45, exatamente no horário previsto.

Depois do pouso, pedimos à comissária líder e após a autorização do comandante fomos conhecer o fantástico flight deck do Airbus A350. Lá, perguntamos aos pilotos sobre as diferenças para o A330 e eles nos contaram que na pilotagem é praticamente o mesmo avião, mas com muito mais funcionalidades e com alguns botões em lugares diferentes.

Azul Airbus A350

Comentaram e nos mostraram o sistema diferenciado que o A350 possui chamado de BTV (Brake to vacate); trata-se de um software no qual é selecionada em qual taxiway os pilotos desejam livrar a pista e o avião já faz os cálculos de performance e aplica a força exata nos freios para entregar o avião com 10 nós de velocidade há 10 metros de distância da taxiway desejada.

Tudo isso, segundo os pilotos, deve ser feito manualmente usando os pedais de freio no A330. Também nos contaram uma curiosidade que velocidade de cruzeiro mais econômica da aeronave é de Mach 0.85, ou seja, 85% a velocidade do som.

No geral o voo entre Paris e Campinas foi fantástico, sem turbulência, com boa comida, tripulação simpática e perfeitamente no horário. Se pudesse dar a nota 11 eu assim faria, mas vou manter o padrão e dizer que foi nota 10/10.

A rota Viracopos – Paris/Orly está disponível para aproveitar a experiência da Azul voando para a cidade luz com 6 frequências semanais. 

 

*Flight Report escrito por Júlio Souza com orientação da Equipe Aeroflap

 

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