Um dos aviões de combate mais icônicos dos Estados Unidos poderá perder a mais forte de suas armas. O Comando de Operações Especiais da Força Aérea (AFSOC) quer tirar os canhões de 105 mm do AC-130 Ghostrider nos próximos anos, à medida em que foca esforços para outros conflitos.
O Comando confirmou a informação ao portal Defense News, afirmando que estuda a possibilidade de remover o obuseiro M102. O canhão foi desenvolvido na década de 1960 e foi adaptado para uso a bordo do C-130 armado, estando presente no avião desde a variante AC-130E.
Recentemente o AFSOC começou a instalar uma nova versão do M102 nos seus AC-130J Ghostrider, versão mais nova do canhoneiro. Designado GAU-XX, o canhão recebeu melhorias desenvolvidas por engenheiros da Marinha.
Além do obus, o AC-130J carrega um canhão automático GAU-23/A de 30mm. O quadrimotor ainda pode usar uma série de armas de inteligentes, como bombas SDB, mísseis AGM-144 Hellfire entre outros.
Em nota ao portal, o Comando disse estar avaliando as capacidades do AC-130 para implantar “conceitos operacionais e tecnologias relevantes nos ambientes […] atuais e futuros.”
“O objetivo desta revisão é aumentar a letalidade, versatilidade e adaptabilidade do AC-130J em uma ampla gama de cenários operacionais, garantindo ao mesmo tempo que continue a ser um ativo vital dentro do AFSOC”, aponta a unidade.

Canhão M102 de 105 mm é instalado no lado esquerdo do AC-130. Foto: Clemens Vasters.
Falando ao portal sob condições de anonimato, um oficial do AFSOC disse que ainda não há decisão sobre a retirada do canhão do AC-130, mas que o Comando está estudando o assunto por meio de financiamento de investigação e desenvolvimento. Ele diz que não há orçamento para o trabalho de remoção do canhão e consertar o “buraco” deixado pela ausência da arma. Assim, o obus deve permanecer no AC-130 até 2026.
No entanto uma outra fonte, também falando em anonimato, diz que a decisão já foi tomada e que a retirada do canhão é “fato consumado”. O militar ainda diz que a remoção do enorme canhão criaria um desequilíbrio no centro de gravidade da aeronave, entre outros problemas estruturais.
Canhão laser
Segundo o portal The War Zone, os EUA possuem 30 AC-130J em serviço. Baseado no C-130J Super Hercules, o Ghostrider substituiu versão mais antigas do AC-130. O preço para remover a arma e consertar a fuselagem de toda a frota provavelmente seria de milhões de dólares.
Ainda este ano a USAF estava cogitando instalar armas de energia dirigida (laser) no AC-130, mas não se sabe como estão os planos para isso. Ainda assim, o laser não substituiria o veterano obuseiro.

Força Aérea dos EUA cogita instalar arma laser no AC-130. Imagem via The War Zone.
“Nossa intenção é continuar e terminar a demonstração [do laser] e ver se se somos capazes de realmente utilizá-lo como um sistema de armas”, contou o oficial ao Defense News. “No momento, não parece que conseguiremos. Simplesmente não sabemos; a decisão ainda não foi tomada. Mas, em resumo, o laser não pode entrar onde está o canhão de 105 [mm].”
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