Dois pilotos de caça da Força Aérea Ucraniana (UAF) estão passando por testes nos Estados Unidos, conduzidos pela própria Força Aérea dos EUA (USAF). Segundo a mídia norte-americana, a USAF vai avaliar quanto tempo levaria para treiná-los em aeronaves de combate, como o caça F-16, muito solicitado pela Ucrânia.
De acordo com a NBC, citando dois funcionários do Congresso e um alto funcionário do governo, os aviadores estão sendo testados em simuladores numa base militar no Arizona. Autoridades norte-americanas autorizaram a viagem de outros 10 pilotos de caça ucranianos, que logo poderão se juntar aos outros dois que já passam por avaliações no país.
Os funcionários enfatizaram que isso não é um programa de treinamento, e que os militares da UAF não voarão nenhuma aeronave americana. “O programa visa avaliar suas habilidades como pilotos para que possamos aconselhá-los melhor sobre como usar as capacidades que eles têm e nós lhes demos”, disse um servidor.
Colin Kahl, principal funcionário de política do Pentágono, disse ao Comitê de Forças Armadas da Câmara que nem os EUA ou seus aliados tomaram a decisão de fornecer os F-16. Kahl ainda enfatizou que os pilotos ucranianos não começaram a treinar nos F-16, e que o prazo de entrega para estes aviões é o mesmo para o treinamento: 18 meses.
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“Você não economiza tempo iniciando o treinamento no início de nossa avaliação”, disse Kahl. “E como não tomamos a decisão de fornecer os F-16 e nem nossos aliados e parceiros, não faz sentido começar a treiná-los em um sistema que talvez nunca recebam”.
A declaração pode ser um balde de água fria para Kiev, e embora seja alinhada com as declarações do presidente Joe Biden, que negou o envio dos aviões, vai contra falas de líderes de nações da OTAN, como o presidente da França Emmanuel Macron e o Primeiro-ministro Rishi Sunak do Reino Unido, que se mostraram mais favoráveis ao envio de aviões de combate.
Kahl diz que a Ucrânia solicitou a transferência de 128 caças, em uma mistura de jatos F-15 Eagle, F-16 Fighting Falcon e F/A-18. Ele também diz que a USAF estima que 50 a 80 F-16 serão necessários para substituir toda a frota de combate da UAF, composta por caças MiG-29 Fulcrum, Su-27 Flanker e jatos de ataque Su-24 Fencer e Su-25 Frogfoot.
Se os EUA fornecerem aeronaves novas de fábrica, levaria de três a seis anos para entregá-las à Ucrânia, com um prazo ligeiramente mais curto de 18 a 24 meses se os EUA enviassem aeronaves mais antigas, porém atualizadas. O custo para enviar os F-16 chegaria a US$ 11 bilhões, dependendo do modelo e do número entregue, o que segundo Kahl, “consumiria uma grande parte da assistência de segurança restante que temos para este ano fiscal.”
Ainda que algumas vozes sejam favoráveis ao envio dos F-16, líderes militares dos EUA recomendam focar em armas e equipamentos que a Ucrânia poderia usar imediatamente, como como sistemas de defesa aérea.
“Mesmo em nosso esforço mais sério, levará meses para que os ucranianos voem F-16. Eles estão derrotando a força aérea russa com defesas aéreas, por que mudaríamos de tática agora?” disse um oficial de defesa dos EUA. “Mesmo que gastemos todo o dinheiro e enviemos todas as aeronaves que pudermos, é apenas uma gota no balde em comparação com a força aérea russa.”
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