Queridos leitores, março foi um mês importante para o transporte aéreo na América Latina e Caribe (LAC) pois, pela terceira vez desde o início da pandemia, a região ultrapassou os níveis de passageiros de 2019. Antes, essa superação aconteceu em setembro e dezembro de 2022.
Esta é uma boa notícia em meio às previsões que o setor enfrenta, especialmente sobre questões econômicas. As estimativas mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicadas no final de abril de 2023, mostram que a economia da região crescerá 1,6% este ano, valor que representa uma desaceleração de 0,2 ponto em relação às suas projeções para janeiro de 2023. Essa expectativa de baixo crescimento resultará em menor demanda pelo serviço de transporte aéreo, principalmente em uma região onde 25% da renda familiar vai para a compra de alimentos.
O FMI também estima que a inflação será de 13% ao final de 2023. Nesse sentido, não surpreende que a região esteja sofrendo um aumento nas taxas de juros da política monetária que impacta a economia, variável que também afeta negativamente a demanda por serviços de transporte aéreo.
Em comparação, as moedas da região tiveram uma tendência de valorização até 2023, mas estão menores se comparadas a 2019. Sendo assim, as taxas de câmbio afetam negativamente o setor, já que 75% de sua estrutura de custos é dolarizada.
O ano de 2023 traça um cenário muito complexo economicamente. A maioria dos países e setores produtivos do mundo ainda estão se recuperando das consequências da pandemia e lidando com o contexto inflacionário global.
Este complexo panorama nos convida não apenas a manter a resiliência como missão, mas a trabalhar mais de perto com os governos da região em estratégias fiscais e legislativas que permitam a atração de capitais, a eficiência operacional e a melhoria das condições dos passageiros.
A aviação precisa de regulações inteligentes e saudáveis para poder manter o voo e oferecer mais e melhores condições na prestação de um serviço essencial.
Este não é o momento de permitir que a adversidade nos vença. Da parte da ALTA vamos continuar trabalhando, construindo pontes, além de oferecer informações relevantes que contribuam para tomar decisões corretas e impulsionar nossas economias.
Este relatório é uma amostra de um trabalho conjunto, por isso nesta edição comemoramos o fato de poder ampliar o número de países que oferecem seus dados de tráfego de passageiros. A ALTA agradece especialmente às autoridades da aviação civil e da Comissão Latino-Americana de Aviação (CLAC), que gentilmente trabalham conosco para gerar estatísticas regionais e estudos relevantes.
Essa é a tarefa: trabalho conjunto. Vamos continuar!
Obrigado pela sua leitura,
José Ricardo Botelho
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.
