A cidade de Carandaí, no interior de Minas Gerais (MG), tornou-se no dia 21/11 a nova residência de um caça Northrop F-5EM Tiger II da Força Aérea Brasileira (FAB). O jato supersônico, aposentado há dois anos, ostenta a matrícula 4874 e foi o primeiro F-5E a ser modernizado no país. 

A aeronave está entre os cinco primeiros F-5EM aposentados; é também o primeiro a ser preservado. O jato chegou ao seu destino final, uma praça no bairro Rosário, na tarde de segunda-feira, desmontado a bordo de uma carreta da própria FAB. Segundo informações do portal Carandaí Online, a doação do F-5 “foi uma conquista do conterrâneo Tenente-Brigadeiro do Ar Luís Roberto Lourenço.”

A movimentação incomum chamou atenção dos moradores do pequeno município de 25 mil habitantes. Conforme a Prefeitura local, a equipe da FAB deveria terminar a montagem do avião até o último sábado (26). 

O agora preservado 4874 é oriundo do 2º lote de caças F-5 que a FAB adquiriu em 1988, formado por 26 aviões usados da Força Aérea dos EUA. A aeronave foi operada pelo Esquadrão Pampa da Base Aérea de Canoas, até ser transferida à Embraer em fevereiro de 2001, onde serviu de protótipo para o programa F-5M, junto do F-5F 4808, que ainda segue em operação. 

Antes de ser retirado de operação, o 4874 modernizado ainda passou pelos esquadrões Jambock/Pif-Paf, Pampa e Pacau.

A preservação do caça marca a primeira para um F-5EM que realmente voou pela FAB. Outros três F-5E foram preservados em Canoas, Curitiba e Rio de Janeiro, com as cores usadas pelos F-5 atualizados. Estes aviões fazem parte do lote adquirido em 2011 da Jordânia, e nunca chegaram a voar no Brasil. 

A modernização dos F-5 da FAB, conduzida pela Embraer e AEL Sistemas (subsidiária da Elbit Systems de Israel), incorporou aviônicos de 4ª geração ao jato, como radares avançados, mísseis all-aspect e além do alcance visual, HUD, displays digitais, capacete com mira integrada, computadores de missão e outros. 

Ao todo, 49 F-5E/F foram modernizados entre 2001 e 2020, quando o último avião foi  entregue à FAB. Com a perda de três aviões em acidentes e a baixa confirmada de pelo menos cinco unidades, estima-se que a força aérea tenha cerca de 41 F-5 ainda em serviço. Os jatos devem permanecer em operação até 2030.

Com informações de Carandaí Online, Revista Força Aérea.