Um estudo independente mostra que o programa do caça Eurofighter Typhoon deve gerar um retorno significativo na Europa, com a geração de quase 100 mil empregos e 90 bilhões de Euros para o PIB. O relatório, produzido pela Strategy&, foi publicado nesta terça-feira (09) pela Eurofighter GmbH, holding que gerencia o projeto da aeronave. 

Segundo o documento, que apura atividades de desenvolvimento, produção e suporte do Typhoon dentro das nações parceiras – Reino Unido, Itália, Alemanha e Espanha – a contribuição do programa na próxima década é estimada em 58 bilhões de euros ao PIB dos países parceiros, considerando as encomendas de novos Eurofighter Typhoons conforme os programas Halcon I e II da Espanha e Quadriga da Alemanha. Dentro deste mesmo cenário base, também se observa a geração de 14 bilhões de euros em receitas fiscais, bem como o suporte a 62.700 postos de trabalho anualmente. 

Conforme o relatório, a contribuição do Eurofighter para Europa aumenta significativamente no “cenário de crescimento”, com oportunidades de vendas de aproximadamente 200 Eurofighter Typhoons no mercado interno e de exportação. 

No panorama mais otimista para a próxima década, estima-se uma contribuição do programa de 90 bilhões de euros ao PIB, geração de 22 bilhões de euros em receitas fiscais e mais de 98 mil empregos. Com eventuais exportações, cerca de 30 por cento do investimento das nações parcerias retornaria como receitas fiscais, afirma a Eurofighter. 

Jean-Brice Dumont, chefe de poder aéreo da Airbus Defence and Space, reforçou o potencial de retorno que o programa da aeronave de caça pode trazer ao Velho Continente.

“O Eurofighter é sem dúvida o grande projeto industrial e militar europeu. É um programa vivo, como os contratos assinados com a Alemanha para o programa Quadriga (38 novos Tranche 4) e com a Espanha para o programa Halcón (20 novos Eurofighters).”

O programa Eurofighter teve início na década de 1980, ainda com a participação da França, que posteriormente deixou o projeto e seguiu com o desenvolvimento independente do Dassault Rafale. Quase 600 Eurofighter Typhoon foram produzidos até hoje e além de ser operado pelos países desenvolvedores, o modelo foi adquirido pela Áustria, Arábia Saudita, Catar, Omã e Kuwait. 

Atualmente é um dos modelos de caça mais modernos no mundo e um dos mais presentes na Europa. A aeronave tem recebido uma série de atualizações e desenvolvimentos para se manter competente no complexo cenário do combate aéreo moderno, com modernizações nos sistemas de radar e demais sensores, bem como o desenvolvimento de uma versão especializada de guerra eletrônica para a Luftwaffe da Alemanha.

“O programa Eurofighter Typhoon impulsiona diretamente as economias europeias e apoia dezenas de milhares de empregos cruciais no setor aeroespacial – beneficiando as comunidades onde vivemos e trabalhamos. Há também repercussões significativas nas regiões onde as linhas de produção do Eurofighter estão localizadas e onde o programa muitas vezes apoia PME, start-ups e instituições de ensino”, aponta Giancarlo Mezzanatto, CEO do Eurofighter Typhoon. 

“Portanto, novas encomendas do Eurofighter Typhoon são essenciais para sustentar e reter os ativos de produção da indústria de defesa na Europa. Isto garantirá a independência tecnológica nacional e europeia e a resiliência do conhecimento industrial às nações centrais durante um longo período.”