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Ucrânia está usando mísseis antirradar dos EUA em seus caças MiG-29

MiG-29 Ucrânia

O Departamento de Defesa dos EUA confirmou que mísseis antirradar AGM-88 HARM (High speed Anti Radiation Missile) foram integrados aos caças MiG-29 Fulcrum da Força Aérea da Ucrânia. A declaração, no entanto, ainda deixa dúvidas quanto ao emprego dos mísseis. 

Falando à jornalistas, um oficial do Pentágono confirmou que os mísseis foram de fato transferidos à Ucrânia, e ainda disse que os ucranianos estão usando o armamento em seus “aviões MiG”. Os MiG-29 são os únicos aviões da Mikoyan russa que operam na Ucrânia. 

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Um F-16C carregando mísseis AIM-120C (ponta da asa), AIM-9M (parte mais externa da asa), e AGM-88B (mais interno). O cabide do AIM-9 carrega o decoy ALE-50. Foto: Kevin J. Gruenwald/USAF.

A polêmica em torno dos mísseis surgiu no início de agosto, quando destroços do armamento foram fotografados em posições russas. Dias depois, os EUA confirmaram que enviaram mísseis antirradar aos ucranianos, mas sem especificar o modelo. 

Mísseis antirradar funcionam com um sensor passivo que detecta e se orienta através de emissões de radares inimigos. Dessa forma, o míssil encontra a antena emissora e à destrói, em um tipo de missão chamada de Supressão de Defesas Aéreas Inimigas (SEAD). 

O AGM-88 foi desenvolvido pela Texas Instruments (atual Raytheon) na década de 1980 para substituir os mísseis AGM-45 Shrike e AGM-78 Standard ARM.

EA-18 Growler Marinha dos EUA míssil
Um EA-18G Growler do esquadrão VAQ-209 Star Warriors da Marinha dos EUA disparando um míssil antirradar AGM-88 HARM. Foto: US Navy

O HARM foi sendo atualizado ao longo dos anos para poder se manter relevante com a modernização das ameaças, e hoje é operado a partir de caças F-16, F/A-18 e EA-18 na sua versão mais nova em serviço, AGM-88E Advanced Antiradiation Guided Missile (AARGM). 

A resposta do Pentágono finaliza um mistério, mas levanta ainda mais questões, principalmente sobre como foi feita a integração de um míssil dos EUA em um jato russo, quais versões foram enviadas e como os pilotos da Ucrânia estão usando os AGM-88. 

As aeronaves dos EUA tem displays multifuncionais onde o piloto seleciona o míssil e parâmetros de engajamento. Porém, os MiG-29 ucranianos só tem uma tela analógica. Além disso, o míssil precisa de uma interface para “conversar” com os sistemas da aeronave lançadora. 

MiG-29 Fulcrum Ucrânia
A bordo de seu caça MiG-29 Fulcrum, o “Fantasma de Kiev” teria derrubado seis aviões de combate russos. Pelo menos é o que diz a lenda urbana que viralizou nas redes sociais.

Segundo o The Aviationist, analistas apontam que uma solução mais simples poderia resolver isso. Um tablet conectado ao AGM-88 poderia ser usado para a seleção de alvos, com o míssil atuando no modo sensor. Nesse tipo de operação, o sensor do AGM-88 recebe e mostra ao piloto os sinais de radar que estão sendo captados no momento. 

Apesar das inúmeras suposições, o míssil antirradar tem sido usado com sucesso pelos ucranianos contra as antenas russas. Além disso, a adaptação também um é um processo mais simples, rápido e barato do que treinar pilotos ucranianos para usar aviões como o F-16 e F/A-18, já certificados para usar o AGM-88 HARM. 

Com informações de The War Zone e The Aviationist

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Mig 29, Mísseis, Ucrânia, usaexport