A Boeing e a Força Aérea dos EUA seguem com o impasse sobre o sistema de câmeras do reabastecedor KC-46 Pegasus, chamado RVS (Remote Vision System). A fabricante está trabalhando para redesenhar o equipamento, um dos sistemas que mais apresenta defeitos no novo avião-tanque.
O RVS é usado pelos militares para realizar o reabastecimento em voo de outras aeronaves, sendo um sistema fundamental para a missão do KC-46, modelo também adquirido pelo Japão e Israel. Contudo, o RVS apresenta falhas que tornam a operação insegura e por esta razão a USAF solicitou que o sistema fosse completamente redesenhado.
Segundo o Breaking Defense, uma revisão preliminar do projeto (PDR) para o Remote Vision System 2.0 ocorreu em maio de 2021 e deveria ser concluída no outono passado. No entanto, o Comando de Mobilidade Aérea (AMC) recomendou que a USAF espere para aprovar o projeto da Boeing até que uma resolução seja alcançada no sistema de exibição panorâmica, disse o porta-voz da AMC, Coronel Damien Pickart.
“Apesar do atraso com o fechamento do PDR, continuamos confiantes nos esforços contínuos da equipe técnica conjunta da USAF-Boeing para identificar e solucionar deficiências para garantir que o KC-46 possa realizar com segurança sua missão primária de reabastecimento aéreo”, disse ele. A Boeing se recusou a comentar sobre o problema, que foi relatado pela primeira vez pela Aviation Week.
Os dois sistemas de câmeras são separados, mas interligados no processo de reabastecimento. O sistema panorâmico é projetado para detectar e identificar aviões a uma certa distância quando eles chegam para reabastecimento, enquanto o sistema RVS fornece imagens de vídeo que permitem ao operador da lança conduzir a lança de reabastecimento em uma aeronave receptora, transferindo combustível com segurança.
Com esse e outros atrasos e problemas apresentados pelo KC-46 Pegasus, o novo avião-tanque vai demorando cada vez mais para se tornar uma aeronave militar plenamente apta para operações de combate. O jato baseado no 767 já reabastece outras aeronaves em voo, mas as principais missões ainda são realizadas pelos KC-135 Stratotanker e KC-10 Extender.
A Força Aérea afirma que o RVS original não fornece imagens de qualidade em certas condições climáticas e de luz, tornando às vezes difícil para os operadores reabastecer as aeronaves e levando a maiores riscos de segurança.
Após anos de disputas, a Boeing e a Força Aérea chegaram a um acordo em 2020 que a empresa projetaria um novo sistema “RVS 2.0” composto por câmeras e sensores mais modernos, sem custo para a USAF. Esse esforço está em andamento e permanece dentro do cronograma, disse a porta-voz da Força Aérea, a Capitã Samantha Morrison.
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