Acidente com caça F-14 Tomcat do Irã

F-14A Tomcat Irã
Caças F-14A Tomcat da IRIAF.

A Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF) perdeu um de seus caças Grumman F-14 Tomcat em um acidente na manhã deste sábado (18). Os dois tripulantes ejetaram e foram hospitalizados. 

A aeronave caiu na cidade de Isfahan, no centro do país, por volta das 10h30. A mídia estatal iraniana diz que o avião caiu por conta de uma pane no motor. Rassoul Motamedi, porta-voz dos militares na província de Isfahan, disse que o F-14 sofreu uma “falha técnica”. 

“O piloto e o copiloto ficaram feridos… e foram imediatamente levados ao hospital para tratamento”, disse ele à agência de notícias Tasnim, acrescentando que o avião foi destruído. Motamedi, no entanto, cometeu um equívoco, já que o F-14 não possui um copiloto, mas sim operador de radar (Radar Intercept Officer – RIO). 

Outro piloto que teria escutado as transmissões de rádio entre a torre e o F-14 disse que os tripulantes relataram uma pane hidráulica, mas conseguiram retornar com o avião para a base. Na aproximação final, um dos motores sofreu um estol de compressor, levando à queda do avião. 

De fato, o F-14A adquirido pela IRIAF era conhecido por problemas com os motores Pratt & Whitney TF30. Apesar de potentes, não eram realmente projetados para equipar um caça e ficaram famosos por apresentar apagamentos durante manobras e fases críticas do voo, como nos pousos a bordo de porta-aviões. O problema com os TF30 só foi solucionado com o F-14B, que recebeu os motores General Electric F110, mais potentes, econômicos e, acima de tudo, confiáveis. 

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Este é o segundo acidente com uma aeronave de caça no Irã em menos de um mês. No dia 24/05, a queda de um jato de treinamento Chengdu FT-7, também em Isfahan, matou os dois pilotos.

Único operador

Além dos Estados Unidos, o Irã foi o único país a adquirir o F-14 Tomcat, modelo que já esteve entre os melhores caças usados pelos EUA. Oitenta aviões foram comprados para a IRIAF na década de 1970, mas apenas 79 foram entregues por conta da Revolução Islâmica de 1979. 

Enquanto a Marinha dos EUA aposentou seus Tomcats em 2006, substituindo-os pelos F/A-18E/F Super Hornet da Boeing, a IRIAF seguiu operando seus poucos F-14. 

F-14A Irã ordnance

F-14A Tomcat da Força Aérea Iraniana.

A Revolução trouxe uma série de sanções do Ocidente contra o Irã, que teve que “se virar” para manter sua frota de aviões, a enorme maioria de origem de norte-americana e que ainda servem ao país: F-4 Phantom II, F-5 Tiger II e o próprio F-14.

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Ainda assim, através de canibalização de peças e engenharia reversa, os iranianos conseguiram obter expertise para operar e manter os jatos e até mesmo atualizá-los. Caças F-5 e F-14 receberam algumas modernizações que, segundo o Irã, os tornaram capazes de enfrentar os modernos aviões dos EUA. Por outro lado, o país não revela como e até que ponto os aviões foram atualizados. 

Estima-se que a IRIAF ainda possui em torno 20 caças F-14 em condições de voo. 

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.