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Colômbia adia compra de caças Rafale e Gripen pode voltar à disputa

Cerimônia na Base Aérea de Anápolis marcou início das atividades operacionais do Saab F-39 Gripen na FAB, junto ao Esquadrão Jaguar (1º GDA). Foto: Gabriel Benevides - Aeroflap.

Em mais uma estranha reviravolta, o Ministério da Defesa da Colômbia confirmou que não finalizou com a Dassault a compra de caças Rafale para a substituição dos atuais Kfir. Além disso, o sueco Saab Gripen E, já operado no Brasil, também pode voltar à licitação.

Em entrevista à uma rádio local, o ministro da Defesa Ivan Velásquez disse ontem (02) que o governo colombiano não chegou a um acordo com a francesa Dassault nem com a Saab. Velásquez também deixou claro na mesma entrevista que Bogotá tem o Rafale como favorito e o Gripen como segunda opção. 

O ministro explicou que as negociações falharam pois o orçamento de US$ 678 milhões, destinado a compra dos novos aviões, expirou em 31 de dezembro. Velásquez disse que a proposta do governo às fabricantes da Europa é que o contrato inicial fosse limitado ao montante, o chamado CONPES.

Com os US$ 678 milhões seria possível comprar três Rafales ou seis Gripens, mas nenhuma das companhias estaria disposta a assinar um contrato para esse número de aeronaves. Ambas querem negociar a compra total de 16 aviões. 

Caças Dassault Rafale do Qatar. Foto: Anthony Pecchi/Dassault
Caças Dassault Rafale do Qatar. Foto: Anthony Pecchi/Dassault

Dessa forma, a Força Aérea Colombiana seguirá operando os veteranos (mas modernizados) IAI Kfir ainda sem um substituto certo. O ministro Velásquez diz que o governo realizará uma revisão sobre a compra dos aviões, bem como uma nova “dotação orçamentária” ainda em 2023. 

Por outro lado, especialistas acreditam que este novo entrave pode favorecer tanto o Gripen como o F-16 Block 70. Todavia, a Fuerza Aérea Colombiana já enviou seu parecer ao governo, apontando o Rafale como alternativa superior aos demais concorrentes, mesmo o Gripen E sendo uma aeronave mais nova, com arquitetura aberta (o que facilita a integração de armamentos) e com custo operacional muito menor. 

Entenda o caso

Em 21 de dezembro o próprio ministro Velásquez surpreendeu o setor de defesa e seu país ao anunciar a pré-seleção do Dassault Rafale como substituto dos Kfir. A declaração unilateral do Ministério da Defesa ia completamente contra as análises de especialistas do setor e do mercado, que apontavam o Lockheed Martin F-16 Block 70 e o Saab Gripen como os favoritos na disputa. 

Lockheed Martin F-16V Block 70 Bulgária Colômbia
F-16V Block 70 era visto como favorito da Colombia, ao lado do JAS-39 Gripen. Imagem: Lockheed Martin

Velásquez também chocou ao afirmar que o contrato para a compra dos 16 aviões seria assinado ainda em dezembro. Acordos desse tipo normalmente levam meses de negociação, mesmo após a seleção da aeronave vencedora; no caso da Colômbia seria, no máximo, 10 dias. 

Atualmente a FAC possui cerca de 19 caças Kfir, uma versão israelense do Dassault Mirage V de terceira geração. Os jatos foram recentemente modernizados, mas as células já estão no fim de sua vida útil. Dessa forma, a FAC vem tentando adquirir aviões novos há quase 10 anos, mas acaba esbarrando em restrições orçamentárias.

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Caças IAI Kfir formam a linha de frente da Força Aérea Colombiana. Mas apesar de modernizados, são plataformas antigas. Foto: FAC.

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Colômbia, Gripen, Rafale, usaexport