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EUA levam avião-espião à beira do espaço aéreo chinês

RC-135U Combat Sent China EUA Reconhecimento Eletrônico

A Força Aérea dos EUA (USAF) realizou um voo à beira do espaço aéreo da China com um de seus aviões de inteligência eletrônica RC-135U Combat Sent. A aeronave decolou do Japão e fez voos ao longo da costa sul chinesa. 

A operação norte-americana ocorre pouco depois que Canadá e Austrália denunciaram interceptações perigosas de caças chineses contra seus aviões de patrulha. Em uma dessas ocasiões, um caça J-16 disparou contramedidas que foram ingeridas pelo motor de um avião P-8 Poseidon australiano. 

Na segunda-feira (06) a aeronave norte-americana, um RC-135U de matrícula 64-14849, decolou da Base Aérea de Kadena, no sul do Japão, e iniciou seu voo ao longo da costa meridional da China até a ilha de Hainan.

Conforme o portal The War Zone, Hainan abriga a base naval de Yulin, uma instalação estratégica da Marinha do Exército de Libertação da China (PLAN) que abriga a frota de submarinos nucleares daquele país. 

O avião-espião dos EUA seguiu uma rota semelhante a de um EP-3E ARIES II (outro avião de inteligência) que foi protagonista de um polêmico incidente na região em 2001. Na ocasião, um caça J-8 Finback chinês bateu no avião da Marinha dos EUA que acabou fazendo um pouso de emergência em Hainan. 

O EP-3 parcialmente desmontado em Hainan, 2001. Foto: Lockheed.

O J-8 e seu piloto jamais foram encontrados, ao passo que os 24 tripulantes do EP-3 foram capturados e interrogados por militares chineses. Posteriormente os militares foram liberados e retornaram ao seu país. Já o avião foi devolvido, mas completamente desmontado. 

No dia 03 de junho, o mesmo RC-135 fez um voo de padrão similar, desta vez cobrindo as porções centrais e norte da costa da China. 

A USAF possui apenas dois RC-135U em serviço, ambos operados pelo 45º Esquadrão de Reconhecimento da Base Aérea de Offutt, no estado do Nebraska. Estas aeronaves são plataformas altamente especializadas, configuradas para coletar uma ampla gama de sinais e outras informações eletrônicas. 

Ao contrário dos RC-135V/W Rivet Joint, presentes em maior número e com algumas capacidades semelhantes, os RC-135U são empregados principalmente no suporte aos requisitos de inteligência eletrônica técnica de nível nacional (TechELINT). 

Segundo o portal, citando uma monografia da Agência de Segurança Nacional, “O ELINT [Inteligência Eletrônica] técnico … descreve a estrutura do sinal, características de emissão, modos de operação, funções do emissor e associações de sistemas de armas de emissores como radares, sinalizadores, bloqueadores e sinais de navegação.”

Esquema da cabine do RC-135 com a posição de seus tripulantes. Imagem: USAF via The War Zone.

“Um objetivo principal do TechELINT é obter parâmetros de sinal que podem definir as capacidades e o papel que o emissor desempenha no sistema maior, como uma aeronave de localização de radar terrestre e, assim, levar ao projeto de detecção de radar, contramedida ou contra-armas O processo geral, incluindo a operação das contramedidas, é parte da guerra eletrônica.”

A China tem uma série de bases e estações militares ao longo de sua costa, um prato cheio para os sensores únicos instalados no RC-135U. É possível que a aeronave tenha coletado dados de sinais eletrônicos nas ilhas Woody e Parecel, onde Pequim tem instalado ativos militares. 

O voo também ocorre poucos dias depois que a China enviou 30 aviões para a ZIDA de Taiwan, seguindo a visita do Presidente Joe Biden e outros líderes norte-americanos na Ásia. Na ocasião, Biden afirmou que os EUA defenderiam Taiwan no caso de uma ação militar chinesa. 

O RC-135 também é um dos aviões que os EUA deslocaram para a Europa em virtude da invasão da Rússia na Ucrânia. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: China, EUA, RC-135, usaexport