Engajada na polêmica ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, a Força Aérea de Israel (IAF) segue operando um de seus mais famosos caças F-15 Eagle, o de matrícula 957. A aeronave vista em fotos recentes é a mesma que há 41 anos pousou sem uma das asas depois de colidir com um A-4 Skyhawk.
As fotos foram compartilhadas pela própria IAF e pelo analista de defesa Guy Plopsky pelo X (antigo Twitter) e mostram o F-15D Baz (Falcão em hebraico) ainda voando, engajado em uma missão de reconhecimento armado. O caça carrega um pod de reconhecimento Ophir, usado para fotografar alvos à distâncias longas e seguras.
Para autodefesa, a aeronave ainda possui mísseis ar-ar AIM-7 Sparrow e Python IV/V e um casulo de contramedidas eletrônicas ELTA ELL-8222.
IAF F-15D "957" of 106 Squadron "The Spearhead" equipped with an Ophir long-range oblique photography (LOROP) pod. https://t.co/iUr7BigtWk pic.twitter.com/bMCPuEq4lR
— Guy Plopsky (@GuyPlopsky) March 7, 2024
Apelidado de ‘Markia Schakim’ (Sky Blazer), o F-15D 957 já era reconhecido por ter obtido três abates na Guerra do Líbano de 1982. Mas o grande feito viria em 1º de maio do ano seguinte, durante um treinamento na região de Negev, no sul de Israel.
Durante um exercício de combate aéreo dissimilar, o F-15 do Esquadrão 106 Spearhaed colidiu em voo com um A-4N Skyhawk do Esquadrão 116 Lions of The South. A violenta batida arrancou por completo a asa direita do F-15, perdendo o controle.
O piloto do A-4 ejetou enquanto seu jato desintegrava no ar. A bordo do F-15, no entanto, um jovem aviador chamado Zivi Nedivi lutava para controlar o enorme caça. No assento traseiro o seu instrutor Yehoar Gal ordenava a ejeção. Com muita dificuldade, Nedivi conseguiu recuperar o controle do avião e observou que perdia combustível rapidamente. Ao olhar o lado de fora da aeronave, viu um enorme vazamento na raiz da asa direita, mesmo vazamento que o impedia de ver que asa simplesmente não estava mais ali.
O piloto tentou desacelerar o F-15 “mono-asa”, fazendo a aeronave voltar ao parafuso. Novamente ele conseguiu recuperar o controle, enquanto Yehoar coordenava o pouso de emergência com o controle da Base Aérea de Ramon.
Obrigado a manter os motores em regime de pós-combustão, Nedivi levou o avião de caça para o pouso, tocando a pista a cerca de 260 nós, o dobro da velocidade de pouso normal do F-15. Mesmo com a altíssima velocidade – rápida o suficiente para arrebentar o gancho de cauda para pousos de emergência – Nedivi conseguiu parar o jato na pista.
Com a aeronave em solo, os dois tripulantes perceberam a gravidade da situação. Apenas 60cm da raiz da asa direita ainda restavam. Mais tarde, engenheiros da McDonnell Douglas, fabricante do caça, apontaram que a fuselagem e os estabilizadores horizontais geraram sustentação suficiente para manter o avião no ar.
O Baz 957 foi reparado e voltou aos voos, e assim como outros F-15 de Israel, passou por modernização. Como visto nas imagens, o caça permanece voando e segue ativo com o Esquadrão 106. Aliás, o mesmo avião participou de um histórico voo entre a IAF e a Luftwaffe Alemã em 2021.
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