O KAI KF-21 Boramae, novo avião de combate da Coreia do Sul, fez seu primeiro voo há um mês, e já está na mira de outro país: as Filipinas. A aeronave, que guarda semelhanças com os F-22 e F-35 dos EUA, poderá ser um concorrente na licitação para novos caças no pais. 

O porta-voz da Força Aérea Filipina (PAF), Coronel Maynard Mariano, disse que a organização tem observado o desenvolvimento do jato, que poderá participar do Projeto MRF (Multi Role Fighter), que visa a compra de novos caças de 4ª geração. 

“É uma possibilidade, dado que o MRF ainda não foi financiado, o KF-21 pode ser um candidato ao MRF”, disse o oficial à Agência de Notícias das Filipinas ao ser questionado sobre a aeronave. 

O projeto MRF da PAF requer pelo menos 12 unidades de caças de quarta geração, capazes de se integrar aos sistemas de radar existentes e com um alcance de pelo menos 250 milhas náuticas. O MRF está avaliado em cerca de US$ 1 bilhão. 

“A PAF está monitorando isso, não podemos fechar nossas opções quando há novos sistemas que podem competir com outros sistemas e que podem se encaixar em nossa necessidade de defesa. Hoje em dia, a fase de prototipagem de qualquer sistema pode ser feito mais rápido devido à tecnologia disponível, e podemos vê-lo em campo em breve”, disse Mariano.

O KF-21 Boramae (Falcão) é fruto do projeto KF-X, que visa o desenvolvimento de uma aeronave de 4.5 geração para substituir os antigos F-4 Phantom II e F-5 Tiger II da Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF), e complementar a frota de caças F-15K Slam Eagle e F-35 Lightning II.

Apesar de incorporar características stealth em seu design (o que o torna o mais furtivo do caças de sua geração, segundo Mariano), o KF-21 não é um caça de 5ª geração como o F-22 e o próprio F-35.

Todas as suas armas serão carregadas em cabides externos, como ocorreu em seu primeiro voo, onde carregou quatro mísseis Meteor (cativos) de longo alcance, instalados na fuselagem. Todavia, é possível que a KAI adicione compartimentos internos futuramente. 

A Indonésia tem 20% de participação no projeto, devendo ter dois dos seis protótipos planejados. Porém, atrasos com os pagamentos tem causado atritos entre Seul e Jakarta no programa. O governo sul-coreano detém 60% de participação no programa, enquanto os 20% restantes são detidos por parceiros privados, incluindo a KAI.

A Força Aérea Filipina tem como principal jato de combate o FA-50PH Golden Eagle, também de origem sul-coreana. São 12 aeronaves com sede na Base Aérea de Cesar Basa, na região metropolitana da capital Manila, capazes para empregar mísseis ar-solo e ar-ar de curto alcance. 

Mariano tem expectativas de que o novo KF-21 se torne uma aeronave de combate viável como os FA-50PH. “Assim como quando recebemos os FA-50, houve muitos comentários negativos contra ele, mas provamos aos críticos que o sistema pode ser preparado para o combate e foi realmente comprovado em combate (na Batalha de Marawi).”

A ROKAF deve receber seus primeiros KF-21 a partir de 2026 na versão Block I, limitada à missões de combate aéreo.  

Com informações de PNA.