Com a chegada do primeiro dos 36 caças Gripens E/F, ou F-39 (como vai ser chamado na FAB) ao Brasil, resolvemos mostrar mais sobre o futuro caça brasileiro que vai alavancar a nossa força aérea a um novo patamar.
Tudo começou em 2013 quando o Gripen E/F venceu a concorrência do Programa FX2 contra o caça francês Dassault Rafale e o norte-americano F/A-18 E/F Super Hornet.
Um dos pontos altos e decisivos da escolha do caça da SAAB foi o fator transferência de tecnologia, ou seja, o Brasil irá aprender sobre o caça, ter acesso as tecnologias e ajudar na produção.
Do lado sueco temos a SAAB, uma empresa renomada no setor de defesa que projetou entre outras aeronaves o Gripen C/D, um caça de bom desempenho em suas funções e com porte mercado internacional.
No lado brasileiro temos a Embraer que já tem uma experiência com aeronaves militares, como por exemplo o A-1 AMX. Temos ainda outras empresas brasileiras envolvidas no projeto.
A assinatura do contrato cooperação industrial aconteceu em outubro de 2014 e isso possibilitou que uma nova roupagem fosse criada.
Foi estipulado em contrato que seriam ao todo 36 unidades do caça, sendo 28 da versão E (monoposto) e 8 da versão F (biposto).
Em 2015, cerca de 50 profissionais brasileiros foram enviados à Suécia para aprenderem sobre o novo Gripen NG. Tal grupo incluiu engenheiros, técnicos e demais profissionais.
Gripen Fabricado no Brasil
No ano seguinte foi a vez de trazer ao Brasil um centro de desenvolvimento do GDDN (Gripen Design and Development Network), que foi instalado em Gavião Peixoto, estado de São Paulo.
Além disso, também foi inaugurada no estado de São Paulo, a Saab Aeronáutica Montagens (SAM). A empresa sediada em São Bernardo do Campo tem como objetivo a construção do cone de cauda, freios aerodinâmicos, caixão das asas, entre outras peças.
Entretanto, a participação do Brasil ainda conta com a construção de 15 dos 36 Gripens F-39 E/F.
A participação de empresas brasileiras no projeto também ganha destaque pelas tecnologias criadas por elas, como por exemplo a AEL Sistemas, que criou uma tela WAD única que vai ocupar o cockpit dos caças brasileiros e suecos, isso porque a força aérea sueca gostou do projeto, o que resultou em uma transferência inversa de tecnologia.
Sistemas de um caça inteligente
Um dos pontos altos do Gripen é sua tecnologia embarcada o que possibilita a aeronave atuar em diversas missões, seja ar-ar, ar-terra ou ar-mar
Radar:
O caça conta com um radar AESA Raven ES-05, que possibilita o piloto de caça registrar e monitorar simultaneamente vários alvos com ângulos laterais de até 100º.
Ainda no aspecto radar, nossos futuro caça será equipado com o Skyward-G IRST, um sensor que detecta assinaturas de calor de vários meios, sejam aeronaves, embarcações navais e veículos terrestres. Outro ponto alto do IRST é sua capacidade significativa de ‘contra-furtividade, ou seja, dificulta a identificação do Gripen por outros meios.
Armas
O pacote de armas do Gripen E/F inclui armamentos eficazes para o cenário de combate, a começar pelo canhão Mauser BK27 de 27 mm (disponível apenas no Gripen E, o caça monoposto).
Contudo, a gama de armas ainda inclui 10 “weapons hardpoints” (local de instalação das armas), neste locais uma grande variedade de bombas, foguetes e mísseis incluindo o BVRAAM Meteor, um armamento usado para combate BVR (além do alcance visual).
Motorização
O Gripen E/F será equipado com um General Electric F414G que é capaz de gerar até 20% a mais de empuxo do que os motores RM12 equipados no Gripens C/D atuais.
No entanto, o ponto alto do aspecto da motorização é a capacidade Supercruise, que torna possível um voo supersônico sem o uso de pós-combustor.
Guerra Eletrônica EW
No cenário de combate atual o meio eletrônico está em alta ter uma aeronave que possa combate-los usando a inteligência, contra medidas eletrônicas que confundam o sistema do inimigo é uma boa vantagem do novo vetor da FAB.
Seguem abaixo mais alguns detalhes técnicos do Gripen F-39 E/F:
Gripen NG frente aos concorrentes
Com a futura entrada do Gripen E/F no cenário mundial, o caça inteligente, como também é conhecido, ganha destaque frente a alguns caças que fazem parte do roll da aviação militar atual.
Segue abaixo a ficha técnica de alguns caças do cenário atual:
F-16 Fighting Falcon
Especificações de aeronaves
Comprimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49,3 pés / 15,027 m
Altura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16,7 ft / 5,090 m
Velocidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.500 mph (Mach 2+)
Wingspan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,31,0 pés / 9,449 m
Peso vazio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20.300 lb / 9.207 kg
Classe de impulso do motor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29.000 lb / 13.000 kg
TOGW máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48.000 lb / 21.772 kg
Fator de carga do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 g
Vida útil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12.000 horas
Fonte: Lockheed Martin
Dassault Rafale
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95 (1150 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1.8 (2000 km/h)
Razão de subida: 18288 m/min.
Potencia: 1.06.
Carga de asa: 41,8 lb/ft²
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 31º/s
Taxa de rolamento: 270º/s.
Teto de Serviço: 15235 m
Raio de ação/ alcance: 1850km/ 3700 Km (com 3 tanques externos).
Eurofighter Typhoon
Velocidade máxima: Mach 2 (2469 km/h).
Razão de subida: 18900 m/min.
Potencia: 1.12.
Carga de asa: 64 lb/ pé².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 31º/s.
Razão de rolamento: 240º/s.
Teto de Serviço: 20000 m.
Raio de ação/ alcance: 1390km/ 2780km
Fonte: Warfareblog
Nova era na Força Aérea Brasileira
As unidades operacionais do Gripen F-39 começam a chegar no 2º semestre de 2021. De acordo com o cronograma até 2026 a FAB já deverá ter recebido as 36 unidades do F-39, incluindo claro, os construídos aqui no Brasil.
O novo vetor de caça da FAB coloca fim a uma era da aviação de caça brasileira, sua chegada aposenta os caças F-5EM/FM que serão substituídos a medida que os novos caças sejam introduzidos.
Outro caça que será aposentado será os A-1 AMX, que tem previsão de ficar operacional até 2030. As aeronaves de ataque ao solo e reconhecimento terão seus lugares ocupados pelo Gripen, que por ser um caça multi-função cumpre as tarefas do A-1 AMX.
Com a chegada do Gripen ao Brasil uma nova era baseada em tecnologia e em guerra inteligente se abre dentro da força . Com o Gripen liderando a espinha dorsal de nossa aeronáutica teremos uma considerável defesa da nossa soberania.
Matéria produzida no dia 18 de setembro.
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