O Exército de Autodefesa do Japão (JGSDF) quer modernizar seus misseis antiaéreos Type 03 para torná-los capazes de interceptar veículos planadores hipersônicos (HGV).
Segundo uma fonte do portal Kyodo News, China e Rússia, os maiores adversários do Japão, estão trabalhando no desenvolvimento deste tipo de arma. O Governo planeja iniciar o software de lançamento dos mísseis Type 03 no ano fiscal de 2026, para iniciar a produção massiva do modelo modernizado no ano fiscal de 2029.
A fonte alega que a atualização dos mísseis é parte dos esforços para aumentar a capacidade de “defesa aérea e antimísseis abrangente”. Esse trabalho deve ser mencionado pelo governo na Estratégia de Segurança Nacional, uma diretriz política de longo prazo que deve ser revisada até o final deste ano.
É possível que o Japão trabalhe ao lado dos Estados Unidos no desenvolvimento da capacidade “anti-hipersônica”. Segundo o Inside Defense, Washington espera adotar a mesma abordagem usada no desenvolvimento do míssil antiaéreo RIM-161 Standard Missile 3 (SM-3) Block IIA. Dessa forma, o Pentágono compartilha os custos com um parceiro estrangeiro.
O Type 03 Chu-SAM, também chamado de SAM-4, é um sistema antiaéreo móvel de médio alcance, desenvolvido pela Kato e Mitsubishi no final de década de 1990 para substituir os MIM-23 HAWK norte-americanos.
Cada bateria é composta por, pelo menos, cinco veículos: viatura de comando, viatura radar, viatura lançadora, viatura remuniciadora e um caminhão-gerador. O lançador, baseado em um caminhão pesado 8×8, carrega seis interceptadores capazes de derrubar aviões, helicópteros, drones e mísseis de cruzeiro a 50 km de distância e 10 km de altura.
Mesmo com a atualização, a fonte observa ser incerta a capacidade do Japão para combater armas hipersônicas. A corrida entre as principais potências militares para desenvolver armas desse tipo está se intensificando e as tecnologias devem continuar avançando.
Até o momento, apenas Rússia e China empregam os planadores hipersônicos, na forma do Yu-74 Avangard e DF-ZF, respectivamente. Ao contrário do Kh-47 Kinzhal mais famoso (usado pelos russos contra a Ucrânia), que segue uma trajetória balística, os HGV são manobráveis, o que diminui muito as chances de uma interceptação bem-sucedida.
Enquanto Pequim e Moscou já tem suas mísseis hipersônicos e HGV em serviço, os EUA e seus aliados ainda seguem no desenvolvimento de seus próprios artefatos e mísseis com capacidade anti-hipersônica.
O ministro da Defesa japonês Yasukazu Hamada e seu colega norte-americano Lloyd Austin concordaram na pesquisa e desenvolvimento conjunto de tecnologias de armas hipersônicas.
Com informações de WeaponSystems.net, Kyodo News, Inside Defense
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