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Japão quer modernizar mísseis para interceptar alvos hipersônicos

Japão quer atualizar seus mísseis de médio alcance Type 3 Chu-SAM com capacidade anti-hipersônica.

O Exército de Autodefesa do Japão (JGSDF) quer modernizar seus misseis antiaéreos Type 03 para torná-los capazes de interceptar veículos planadores hipersônicos (HGV). 

Segundo uma fonte do portal Kyodo News, China e Rússia, os maiores adversários do Japão, estão trabalhando no desenvolvimento deste tipo de arma. O Governo planeja iniciar o software de lançamento dos mísseis Type 03 no ano fiscal de 2026, para iniciar a produção massiva do modelo modernizado no ano fiscal de 2029. 

Planadores hipersônicos (HGV) chineses DF-ZF, montados nos mísseis DF-17.
Planadores hipersônicos chineses DF-ZF, montados nos mísseis DF-17. Foto via Missile Threat.

A fonte alega que a atualização dos mísseis é parte dos esforços para aumentar a capacidade de “defesa aérea e antimísseis abrangente”. Esse trabalho deve ser mencionado pelo governo na Estratégia de Segurança Nacional, uma diretriz política de longo prazo que deve ser revisada até o final deste ano. 

É possível que o Japão trabalhe ao lado dos Estados Unidos no desenvolvimento da capacidade “anti-hipersônica”. Segundo o Inside Defense, Washington espera adotar a mesma abordagem usada no desenvolvimento do míssil antiaéreo RIM-161 Standard Missile 3 (SM-3) Block IIA. Dessa forma, o Pentágono compartilha os custos com um parceiro estrangeiro.

Lançador de mísseis antiaéreos Type 03 do Japão.
Lançador de mísseis Type 03. Foto: Hunini via Wikimedia.

O Type 03 Chu-SAM, também chamado de SAM-4, é um sistema antiaéreo móvel de médio alcance, desenvolvido pela Kato e Mitsubishi no final de década de 1990 para substituir os MIM-23 HAWK norte-americanos.

Cada bateria é composta por, pelo menos, cinco veículos: viatura de comando, viatura radar, viatura lançadora, viatura remuniciadora e um caminhão-gerador. O lançador, baseado em um caminhão pesado 8×8, carrega seis interceptadores capazes de derrubar aviões, helicópteros, drones e mísseis de cruzeiro a 50 km de distância e 10 km de altura. 

Par de caças MiG-31K Foxhound carregando mísseis hipersônicos Kh-47M2 Kinzhal.
Par de caças MiG-31K Foxhound carregando mísseis hipersônicos Kh-47M2 Kinzhal. Foto: MoD RU.

Mesmo com a atualização, a fonte observa ser incerta a capacidade do Japão para combater armas hipersônicas. A corrida entre as principais potências militares para desenvolver armas desse tipo está se intensificando e as tecnologias devem continuar avançando.

Até o momento, apenas Rússia e China empregam os planadores hipersônicos, na forma do Yu-74 Avangard e DF-ZF, respectivamente. Ao contrário do Kh-47 Kinzhal mais famoso (usado pelos russos contra a Ucrânia), que segue uma trajetória balística, os HGV são manobráveis, o que diminui muito as chances de uma interceptação bem-sucedida. 

Arte do míssil hipersônico HAWC, em desenvolvimento pelos EUA.
Arte do míssil hipersônico HAWC, em desenvolvimento pelos EUA. Foto: Lockheed Martin

Enquanto Pequim e Moscou já tem suas mísseis hipersônicos e HGV em serviço, os EUA e seus aliados ainda seguem no desenvolvimento de seus próprios artefatos e mísseis com capacidade anti-hipersônica.

O ministro da Defesa japonês Yasukazu Hamada e seu colega norte-americano Lloyd Austin concordaram na pesquisa e desenvolvimento conjunto de tecnologias de armas hipersônicas.

Com informações de WeaponSystems.net, Kyodo News, Inside Defense

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: HGV, Japão, Míssil hipersônico, usaexport