Semanas depois de ter abatido um balão chinês na sua costa, o governo dos Estados Unidos divulgou ontem (22) uma foto mostrando um ponto de vista muito diferente do aeróstato. A selfie foi tirada pelo piloto de um U-2 Dragon Lady, uma lendária aeronave de espionagem da Força Aérea dos EUA (USAF).
Pelo menos dois U-2S, empregados em missões de coleta de sinais e emissões eletrônicas, foram usados com sucesso para obter informações e imagens mais detalhadas do enorme balão, que chegou à América do Norte no final de janeiro. O balão, que Washington diz que estava sendo usado para espionagem, cruzou os EUA e foi abatido por um caça F-22 Raptor no dia 04/02, em Myrtle Beach.
A foto já havia vazado antes na terça-feira (21) através do site Dragon Lady Today, que cobre histórias e operações do Lockheed U-2. Desenvolvido nos anos 1950, este jato veio com a missão de espionar a União Soviética. A capacidade de voar tão alto permite que o U-2 cumpra uma enorme variedade de missões, especialmente de reconhecimento.
A selfie do piloto de U-2S é impressionante, especialmente pelo contexto da polêmica envolvendo o balão chinês, que acirrou as discussões entre Pequim e Washington. No entanto, a imagem em alta resolução divulgada pelo Pentágono fornece ainda mais detalhes sobre o objeto e sua carga útil, cujo tamanho era equivalente a um Embraer ERJ-145, segundo um general norte-americano.
O equipamento consiste de dois conjuntos de oito painéis solares. No meio da estrutura haviam uma série de antenas, incluindo uma maior no centro, de coloração branca. Também na parte central parece haver pequenas hélices, movidas por motores elétricos. Isso explicaria a capacidade de manobra relatada pelo governo e a necessidades dos grandes painéis fotovoltaicos, conforme observa o The War Zone.
A sombra do U-2 projetada contra o balão também levantou questões se versão da aeronave usada neste voo em questão era um TU-2S, de dois assentos, usado para treinamento. Neste caso, é possível que os aviadores tenham capturado imagens ainda mais detalhadas com câmeras e lentes melhores, além do próprio conjunto de equipamentos do U-2. Os aviões também podem ter coletado valiosos sinais de inteligência do balão – isto é, se ele estivesse irradiando quaisquer emissões eletromagnéticas.
Avião-espião da década de 50
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