Imagens de satélites da companhia de inteligência israelense ImageSat International (ISI) registraram o incomum movimento de ao menos sete bombardeiros da Rússia em uma base aérea perto da Finlândia. 

Segundo a ISI, quatro bombardeiros supersônicos Tu-160 Blackjack foram detectados na Base Aérea de Olenya em 21 de agosto. Em 25/09, outros três Tu-95 Bear foram flagrados na base, distante cerca de 172 km da fronteira com a Finlândia.

A movimentação foi revelada enquanto a Guerra na Ucrânia entra na sua fase mais crítica de todas, com anexação de quatro territórios ucranianos pela Rússia e a convocação de centenas de milhares de homens russos para o conflito. 

Após a tomada de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, o presidente russo Vladimir Putin voltou a ameaçar o Ocidente com o emprego de ogivas nucleares. Os aviões flagrados em Olenya são reconhecidos por terem a capacidade de transportar esse tipo de armamento. 

Ao mesmo tempo, Finlândia e Suécia se aproximam da adesão completa à OTAN, algo que sempre foi impedido justamente pelas constantes ameaças da Rússia. A invasão na Ucrânia mudou a postura das duas nações. 

“Através dos padrões de movimento no local (Pattern-of-Life), o sistema indica que a base aérea de Engels é o possível ponto de partida dos bombardeiros estratégicos detectados na base aérea de Olenya”, dizia o relatório da ISI.

Segundo o Jerusalem Post, a base de Engels é sede do 121º Regimento de Aviação de Bombardeiros Pesados ​​(121 TBAP), que opera os Tu-95 e 160. A base também abriga os únicos bombardeiros estratégicos da Rússia, estacionados perto da Ucrânia. 

Já a base aérea de Olenya está localizada na península de Kola, perto de Murmansk. É sede da Frota do Norte da Rússia bem como de um número significativo de armas e equipamentos militares, incluindo ogivas nucleares táticas e estratégicas.

De acordo com dados de 2020 divulgados sob o novo tratado de redução de armas entre Moscou e Washington, o chamado START, a Rússia diz ter 1.447 ogivas estratégicas prontas para uso. Moscou alega ter capacidade para desdobrar “muito mais de 1.550 ogivas em seus ICBMs e SLBMs modernizados, bem como bombardeiros pesados, mas é impedido de fazê-lo por New START.”