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Talk to me, Goose! 10 curiosidades sobre Top Gun e Top Gun: Maverick

Top Gun: Maverick já alcançou uma bilheteria bilionária em menos de um mês de lançamento. Um dos filmes mais aguardados dos últimos anos sofreu com adiamentos, mas chegou no final de maio em meio a um grande entusiasmo e um enorme sucesso entre críticos. 

No entanto, a história do filme lançado em 2022 não começa recentemente, mas sim a 36  anos com Top Gun: Ases Indomáveis (1986). O filme lançou as carreiras de Tom Cruise (Pete ‘Maverick’ Mitchell) e Val Kilmer (Tom ‘Iceman’ Kazansky), além de ter plantado o amor e admiração por aeronáutica em muitas pessoas. 

A produção dos dois filmes teve muitos fatos curiosos. Vamos apresentar 10 deles neste artigo. Confira!

 

Embraer presente

A aviação é uma paixão surpreendentemente popular no Brasil, não é difícil achar alguém que, minimamente, admire esse mundo. E como, mencionado, Top Gun tem uma “parcela” nisso. 

Algo que foi revelado recentemente é que um avião da Embraer, a gigante brasileira do setor aeronáutico, foi usado nas gravações de Top Gun: Maverick. Um jato executivo Phenom 300 com duas câmeras especiais foi o responsável pelas lindas cenas gravadas no porta-aviões nuclear USS Theodore Roosevelt. 

Embraer Phenom 300 Top Gun maverick
Equipado com duas câmeras especiais, jato foi usado durante filmagens com o porta-aviões USS Theodore Roosevelt. Imagens: Kevin LaRosa II.

Kevin LaRosa II, piloto do avião desenhado no Brasil mas fabricado nos EUA, compartilhou um vídeo com imagens emocionantes do “jatinho” da Embraer dando rasantes sobre o navio da Marinha dos EUA. Você pode ler e entender em detalhes clicando aqui

Mas este não foi o único avião da Embraer relacionado ao filme. Um ERJ-135 Legacy, desta vez fabricado no Brasil, foi usado para transportar o elenco e direção do filme durante sua turnê de lançamento.

ERJ-135 Embraer Top Gun Maverick
O Embraer ERJ-135 de matrícula N259JX com a pintura promocional de Top Gun: Maverick. Foto: Mars Photo Operations @__saturdaynightspecial

O avião, operado pela companhia de táxi aéreo norte-americana JSX (JetSuiteX), recebeu uma pintura especial, com os detalhes do capacete do personagem Maverick aplicados na sua cauda. 

 

Um cheque de 25 mil dólares

Uma das sequências mais famosas do “filme original” é justamente sua abertura, mostrando as operações de voo em um porta-aviões. As cenas foram gravadas em 1985 a bordo do USS Enterprise (CVN-65) e entraram para a história. 

Tony Scott, diretor do filme, queria gravar uma cena com os aviões, mas em uma condição de luz específica. Durante entrevistas para a edição especial em DVD, o diretor contou que durante as filmagens, o navio alterou seu curso e, por consequência, a posição da luz. 

Scott pediu ao comandante do porta-aviões que voltasse ao rumo anterior, ao que ele lhe respondeu dizendo que custaria US$ 25.000. O diretor sacou uma talão de cheque pessoal, assinou e entregou ao militar. E assim conseguiu gravar sua cena por mais cinco minutos.

 

Apenas dois mísseis 

Na cena do dogfight (combate aéreo aproximado) final do filme original, Iceman e Maverick disparam cinco mísseis contra os MiG-28 fictícios do filme, derrubando quatro aviões. No entanto, a Marinha disparou apenas dois mísseis durante as gravações. 

https://youtu.be/iakSFXk4ypI

O lançamento dos armamentos, um míssil AIM-9 guiado por calor e um AIM-7 guiado por radar, foi gravados de vários ângulos, permitindo que pudessem ser usados múltiplas vezes. Já o disparo dos mísseis e canhões pelos MiG-28 foram criados com efeitos especiais. 

Top Gun Míssil
F-14A Tomcat do esquadrão VF-213 Black Lions disparando um míssil AIM-9 durante o filme. Paramount/Captura de tela.

Os efeitos produzidos pela equipe do filme ficaram tão bons que o Comando da Marinha achou que outros mísseis haviam sido disparados. Por isso, uma investigação foi aberta para apurar se, de fato, mais artefatos foram usados do que o previamente autorizado. 

 

Pais e filhos 

Em Top Gun: Maverick, Miles Teller é o Tenente Bradley ‘Rooster’ Bradshaw, um piloto de F/A-18E Super Hornet e filho do Tenente-Junior Nick ‘Goose’ Bradshaw, operador de radar e melhor amigo de Maverick, que morreu no primeiro filme. 

No entanto, esta não é a única relação de pais e filhos no novo filme. Lewis Pullman vive o Tenente Robert ‘Bob’ Floyd, operador de sistemas de armas no F/A-18F da Tenente Natasha ‘Phoenix’ Trace. Na vida real, Lewis é filho do ator Bill Pullman, que também interpretou um aviador nos cinemas. 

Dez anos depois do lançamento de Top Gun: Ases Indomáveis, Independence Day chegava aos cinemas. Neste longa-metragem, Pullman vive o presidente Thomas J. Whitmore, um ex-piloto de F/A-18 Hornet que lutou na Guerra do Golfo de 1991. 

Bill Pullman como o presidente e piloto de cala Thomas Whitmore em Independence Day (1996). Imagem: 20th Century Fox.

Enquanto seu filho lançou bombas guiadas a laser e enfrentou caças de 5ª Geração, Pullman combateu uma invasão alienígena ao lado dos Fuzileiros Navais dos EUA.

Curiosamente, o F/A-18 “voado” por ele é uma versão mais antiga do Super Hornet de Top Gun: Maverick. 

 

Morte nas gravações

Infelizmente, a gravação de Ases Indomáveis não ocorreu sem grandes problemas. Em 16/09/1985, uma tragédia mexeu com a produção, quando o piloto Art Scholl morreu.

Art died when his plane plunged into the ocean while filming a daring stunt for Top Gun
Art Scholl (1931 – 1958) Foto: The Sun via John Chapple

Art era um habilidoso piloto acrobático e foi contratado pela Paramount para gravar cenas de voo a bordo de seu Pitts S-2. Durante uma das gravações, o avião entrou em um parafuso irrecuperável. No rádio, Art disse: “Estou com problemas! Estou com problemas de verdade!”

Segundos depois, o avião caiu no Oceano Pacífico, na costa californiana. O piloto e a aeronave jamais foram encontrados e, dessa forma, as causas do acidente também nunca foram determinadas. Por conta deste trágico fato, o filme foi dedicado ao aviador. 

 

Penny Benjamin 

Top Gun: Maverick é quase um verdadeiro filme-tributo pela quantidade de referências ao longa original. Não é necessário assistir o primeiro filme para entender sua sequência, mas é como se perdesse pelo menos 50% da graça com tantas alusões. 

Top Gun 2 | Jennifer Connelly fala sobre cena de amor com Tom Cruise e  sequência de ação perigosa - Ingresso.com
Maverick (Tom Cruise) e Penny (Jennifer Connelly). Imagem: Paramount/Skydance.

Uma dessas referências é o par romântico de Maverick, Penny Benjamin, vivido por Jennifer Connelly. A relação dos dois nem se compara com o casal Charlie x Maverick do primeiro filme, mas a história começa nele, logo no início.

Depois de salvar Cougar, Maverick é repreendido pelo Comandante Tom ‘Stinger’ Jardian. O oficial superior relembra ao aviador que uma de suas punições foi por ter dado um rasante sobre a filha de um almirante, ao que Goose pergunta: “Penny Benjamin?” 

A referência é tão “específica” que apenas poucos fãs notaram o “resgate histórico” de Top Gun. 

 

Blue Angels

A Marinha dos EUA possui uma equipe de demonstração aérea própria. Chamado de Blue Angels, o esquadrão utiliza os caças F/A-18 Super Hornet para executar suas acrobacias. A equipe esteve presente nas gravações de Top Gun: Maverick, mas com seu avião anterior, o F/A-18 Hornet. 

Para criar a cena em que o jato hipersônico Darkstar arranca o teto da guarita da base aérea, os Blue Angels fizeram um rasante especial, cabrando o avião e jogando toda a potência para o solo. 

Já na cena do funeral, os aviadores usaram quatro Hornets para fazer a chamada Missing Man Formation, realizada em homenagem a um aviador falecido. 

Mas essa não foi a primeira vez que a equipe esteve envolvida com o filme. Quando Tom Cruise recebeu o roteiro do filme original, a Marinha levou o jovem ator para voar com a equipe. Na época, os Blue Angels ainda não usavam o potente F/A-18, mas sim o pequeno e ágil A-4 Skyhawk, uma aeronave que também é vista no filme. 

No vídeo abaixo, Curt Watson, o piloto que voou com Cruise na época, conta como foi voar com o ator. 

 

Referência proibida

Assim como boa parte dos filmes de sua época, Top Gun é recheado de frases de efeito como “Talk to me, Goose” e “I feel the need, the need for speed”. No entanto, as referências ao filme não são muito bem-vindas na verdadeira Top Gun. 

TOP GUN (sim, em maiúsculo) é o nome da Escola de Armas de Caça da Marinha (Navy Fighter Weapons School), fundada em 1969 no meio da Guerra do Vietnã para ensinar os aviadores navais a como tirar proveito máximo de seus aviões (na época o F-4 Phantom II) em um dogfight.

Patch da TOP GUN da Marinha dos EUA.

A escola, que hoje se chama Navy Strike Fighter Tactics Instructor Program (STFI), ficou ainda mais famosa com o longa-metragem.

Mas este é como um cômico “tabu” entre seus membros. Como uma forma de brincadeira entre os militares, qualquer um que fizer um referência a Top Gun dentro da escola deve pagar uma multa de US$ 5. 

 

Avião secreto

No novo filme, Maverick é um piloto de testes envolvido com o programa do avião hipersônico Darkstar. Apesar de fictícia, a aeronave foi criada por uma companhia aeronáutica bastante real: a Lockheed Martin. 

Contatada pela produção do filme, a Lockheed repassou o trabalho para a Skunk Works, sua divisão de projetos secretos. Com sede em Palmdale (Califórnia), a Skunk Works foi responsável por criar aviões lendários, como o U-2 e o SR-71 Blackbird, e modelos que hoje estão na ponta da lança da aviação militar dos EUA, como o F-22 e F-35. 

Imagem: Lockheed Martin Skunk Works.

A empresa desenhou e montou uma maquete em tamanho real do avião. A estrutura do Darkstar ficou tão realista que a China enviou um satélite para capturar imagens do avião, acreditando que era um novo projeto secreto dos EUA. 

 

P-51 Mustang

Entre caças modernos e aviões hipersônicos, um clássico da Segunda Guerra Mundial rouba a cena em Top Gun: Maverick. É o North American P-51 Mustang de Tom Cruise. Sim, o avião pertence ao próprio Maverick. 

Apesar de Top Gun se tratar de uma produção sobre aviadores navais, o P-51 na verdade era uma aeronave da então Força Aérea do Exército dos EUA. Registrado como N51EW, este Mustang foi fabricado em 1944 em Dallas como um P-51K, sendo mais tarde convertido para a versão F-6K de reconhecimento fotográfico. 

P-51 Mustang Tom Cruise Top Gun

A aeronave foi restaurada em 1997 e adquirida pelo astro de cinema anos depois, que o rebatizou como “Kiss me Kate”, em homenagem ao sua então esposa e também atriz Katie Holmes. A aeronave também recebeu um segundo assento. 

Cruise pode até não ter pilotado os jatos supersônicos da Marinha, mas voou bastante o seu próprio caça da Segunda Guerra, tanto nas gravações do filme quanto no clipe de Hold My Hand, de Lady Gaga, a canção tema de Top Gun: Maverick.

 

12 Mesmos ângulos [Bônus – Spoilers]

Outra alusão bastante específica do filme de 2022 para o original foi o ângulo por onde são mostrados os mísseis disparados pelo F-14. No combate final contra o Su-57, Maverick dispara um míssil Sidewinder contra o jato de 5ª Geração russo.

Confira nas imagens como os ângulos são parecidos, praticamente iguais, em mais uma referência ao primeiro filme. 

Imagens: Paramount/Skydance. (captura de tela).
Imagens: Paramount/Skydance. (captura de tela).

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Cinema, Tom Cruise, Top Gun, Top Gun Maverick, usaexport