Há mais de dois anos em guerra com a Rússia, a Ucrânia tem feito uma série de adaptações de armamentos ocidentais em suas aeronaves de origem soviética. A mais recente delas envolve a integração da bomba inteligente francesa AASM HAMMER ao Mikoyan MiG-29 Fulcrum, um dos principais aviões ainda usados pela Força Aérea Ucraniana (UAF).
Uma imagem divulgada nesta sexta-feira (15) mostra uma bomba AASM-250 na asa esquerda de um MiG-29 ucraniano. A aeronave teve seus slats e profundores pintados com as cores da bandeira da Ucrânia, para facilitar a identificação visual e evitar o fratricídio.
Low pass by a Ukrainian Air Force MiG-29, armed with a French-supplied AASM 250 HAMMER extended-range guided bomb. pic.twitter.com/FlibJ9VZfm
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) March 15, 2024
Essa é a primeira vez que a bomba francesa é vista em uma aeronave ucraniana desde que Paris anunciou o envio do armamento em janeiro deste ano. Na época, o presidente Emmanuel Macron disse que o país enviaria “centenas de bombas” e 40 mísseis de cruzeiro SCALP EG adicionais.
Mais tarde, o governo esclareceu a mídia afirmando que as bombas mencionadas por Macron são as AASM, das quais a França tem cerca de 1800 em estoque.
O primeiro uso da bomba pelos ucranianos ocorreu apenas na semana passada, no dia 04/03, contra alvos russos na cidade de Kozachi Laheri, na região de Kherson. As frases “Para as crianças de Odesa” e “Com ódio e sem respeito” foram escritas na bomba.
Na mesma semana, a mídia estatal da Rússia citou o Ministério da Defesa da Federação Russa, afirmando que defesas aéreas terrestres haviam abatido uma única bomba guiada AASM “na zona de uma operação militar especial”.
Assim como outros armamentos similares, a AASM HAMMER (Armement Air-Sol Modulaire -Highly Agile Modular Munition Extended Range) é essencialmente um kit que transforma uma bomba convencional em um arma inteligente, guiada por GPS/navegação, laser e/ou infravermelho de acordo com a cabeça de orientação usada.
Fabricada pelo Grupo Safran, a HAMMER também é considerada uma espécie de híbrido entre bomba e míssil, uma vez que seu kit de aumento de alcance (REK), instalado na cauda do armamento, pode receber um motor foguete.
A Ucrânia recebeu as variantes AASM 250, pesando 250 quilos e que tem como base a bomba de emprego geral Mk.82. Uma versão de uma tonelada, baseada na Mk.84, também é produzida.
Como mencionado antes, esta não é a primeira vez que a UAF integra armas ocidentais aos seus aviões. A primeira dessas adaptações foi com o míssil antirradar AGM-88 HARM dos EUA, inicialmente integrado ao MiG-29 e mais tarde ao Su-27 Flanker. Posteriormente os mesmos caças receberam as bombas JDAM, orientadas por GPS e similares ao modelo francês. Os mísseis de cruzeiro SCALP EG foram adaptados para uso com os jatos de ataque ao solo Su-24 Fencer.
Tudo isso acontece enquanto Kiev aguarda pelos caças F-16 Fighting Falcon. A própria AASM foi testada na aeronave em 2014, mas apenas o Mirage 2000 e o Rafale empregam o armamento hoje. Assim, é possível que esta bomba de precisão também seja adaptada aos ‘novos’ aviões, que a Ucrânia deve receber a partir de junho ou julho.
Com informações de Janes, Defence Express
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