Durante o ano, a OTAN intercepta aeronaves no Báltico centenas de vezes, sendo que a grande maioria são aeronaves russas. Um dos caças responsáveis por essa missão é o F-35 Lightning II. O jato furtivo participa da Missão de Policiamento Aéreo do Báltico (BAP) desde 2021, quando foi desdobrado na região com a Força Aérea Italiana. 

Enquanto não ocorrem os alertas reais (quando aeronaves não identificadas são detectadas pela rede de defesa aérea da OTAN) os pilotos realizam treinamentos. O vídeo abaixo mostra um desses treinamentos com os pilotos de F-35A da Itália. 

Apesar de ser um exercício comum, os pilotos e mecânicos correm ao toque da sirene como se fosse um alerta real. Os aviadores já estão usando o Anti-G (que reduz os efeitos da aceleração da gravidade) por cima do macacão de voo verde-oliva; o colete com salva-vidas e equipamentos de sobrevivência é vestido com auxílio do mecânico, enquanto o piloto em seguida já coloca o moderno capacete com display integrado e feito de carbono. 

O piloto sobe as escadas, embarca na aeronave e começa os procedimentos para o acionamento do caça enquanto o canopy vai se fechando. No lado de fora, os mecânicos realizam os últimos checks antes do avião taxiar até a pista, decolando com a pós-combustão máxima para chegar até a aeronave alvo.

Já no ar, o controle de tráfego informa ao piloto que se trata de uma simulação, e não um alerta real. Neste exercício, realizado em junho de 2021 na Estônia, os caças stealth italianos interceptaram um L-39 Albatros, que serviu de alvo simulado. Mais tarde, caças F/A-18 Hornet da Finlândia se juntaram ao treinamento de interceptação.

Outro vídeo, de 2019, mostra uma outra simulação com os F-35 italianos, mas desta vez na Islândia, que também tem seu espaço aéreo protegido pelos membros da OTAN. 

Nesse caso, os pilotos embarcam em uma van que os leva até os hangares reforçados do Aeroporto de Keflavík, que recebe operações civis e militares.

Nos dois vídeos, os F-35 mostrados pertencem à 32ª Ala da Força Aérea Italiana. Antes de receber os caças furtivos, a unidade operava o AMX A-11 Ghibli (que no Brasil é apenas designado A-1).

Em maio de 2021, os F-35 italianos realizaram sua primeira interceptação durante o policiamento aéreo do Báltico. No evento, um quadrimotor de transporte An-12 Cub da Rússia foi interceptado pelos jatos stealth. Em outro caso, os F-35 foram acionados para interceptar um An-12 que estava sendo escoltado por um caça Su-30SM. 

A OTAN é responsável pela defesa aérea do Báltico desde 2004, quando Estônia, Letônia e Lituânia se juntaram à aliança militar liderada pelos EUA. Desde então, os países membros se revezam regularmente para cumprir a missão.

Normalmente, um destacamento de quatro caças e 50 a 100 militares são enviados para o norte europeu. As aeronaves são acionadas diversas vezes, ao ponto em que a interceptação de caças, bombardeiros e aviões de transporte e guerra eletrônica da Rússia já é algo rotineiro.