A Airbus e a Boeing anunciaram hoje (02/03) a suspensão do suporte para os aviões operados por companhias aéreas da Rússia. A medida das fabricantes já era esperada, após duas sanções à Rússia limitarem a exportação de peças aeronáuticas para os russos.

A Airbus avalia no momento se um centro de engenharia em Moscou continuará atendendo aos aviões operados na Rússia com peças estocadas no local. Já a Boeing anunciou que os bloqueios se estendem ao escritório em Kiev, por questões de segurança, e ao centro de treinamento da fabricante em Moscou.

“A Airbus suspendeu os serviços de suporte às companhias aéreas russas, bem como o fornecimento de peças de reposição para o país”, disse um porta-voz da Airbus em comunicado. “O Centro de Engenharia da Airbus na Rússia (ECAR) também suspendeu todas as suas operações do lado da Airbus em linha com as sanções”.

A base de suporte da Airbus em Moscou emprega 200 engenheiros russos, e por ser um Centro de Engenharia em parceria com o Kaskol group ainda pode ficar em atividade por imposição do Governo da Rússia.

Esta medida da Airbus afeta em massa as frotas da S7 Airlines e da Ural Airlines, baseadas em aviões da Airbus. As duas companhias operam com mais de 160 aviões da Airbus.

A Aeroflot tem um total de 185 aeronaves em sua frota, incluindo 116 fabricadas pela Airbus, 59 fabricadas pela Boeing e apenas 10 produzidas na Rússia, conforme dados do Planespotters.net. 

“Suspendemos as principais operações em Moscou e fechamos temporariamente nosso escritório em Kiev. Também estamos suspendendo serviços de peças, manutenção e suporte técnico para companhias aéreas russas. À medida que o conflito continua, nossas equipes estão focadas em garantir a segurança de nossos companheiros de equipe na região”, disse a Boeing em comunicado.

Com sanções adicionais, incorporadas entre sexta-feira (25) e domingo (27), a Rússia também ficou impossibilitada de pagar pelo leasing das suas aeronaves arrendadas de bancos europeus da Irlanda. Desta forma, companhias aéreas russas podem ser obrigadas a devolver parte de seus aviões.