A Força Aérea dos EUA (USAF) assinou no dia 14 a permissão do avião-tanque KC-46 Pegasus para operar globalmente. Dessa forma, o avião da Boeing poderá atuar em missões pelo mundo, reabastecendo em voo (REVO) todos os aviões da USAF com exceção ao A-10 Thunderbolt II.
A autorização foi concedida pelo comandante do Comando de Mobilidade Aérea (AMC), General Mike Minihan, depois de uma implantação bem-sucedida do KC-46 na região do Comando Central dos EUA. Durante a operação, um KC-46A reabasteceu caças-bombardeiros F-15E Strike Eagle engajados em missões reais.
Além de transferir combustível aos aviões, o jato baseado no 767 também fez o primeiro uso em combate do Military Data Network. Este sistema de comunicação “permite que o KC-46 sirva como uma interface segura entre o Centro de Operações Aéreas em terra e as aeronaves que operam em sua vizinhança, proporcionando assim uma maior consciência situacional do espaço de batalha”, explica a USAF.
“Estamos prontos para usar esta aeronave globalmente em qualquer luta, sem hesitação”, disse Minihan.
“O KC-46 agora se junta oficialmente ao restante da frota de reabastecimento da Força Aérea para atender aos requisitos de comando de combate em todo o mundo”, afirmou o General Ryan Samuelson, líder da equipe multifuncional KC-46A do AMC, descrevendo a importância de colocar a aeronave em campo em escala global.
“O KC-46A é um divisor de águas em sua capacidade de transmitir e trocar dados entre redes, armando os combatentes com consciência do campo de batalha em tempo real – estendendo o alcance, a flexibilidade e as capacidades de resistência da força conjunta.”
Apesar da conquista, o Pegasus ainda tem limitações. A aeronave, que tem apresentado uma série de deficiências, ainda não pode abastecer os jatos de ataque A-10C. Segundo o AMC, isso se deve a um problema com a rigidez da lança de REVO. A situação persistirá até que o problema seja resolvido.
Desde que entrou em serviço em 2019, o KC-46 é apresentado como uma nova geração de aviões-tanque, adquirido para substituir parte da enorme frota de KC-135 Stratotanker e KC-10 Extender. No entanto, logo foi envolvido em controvérsias por apresentar vários problemas, desde graves falhas de software à danos por objetos estranhos nos tanques de combustível em aviões recém-saídos de fábrica.
Somando os prejuízos anuais desde 2014, o programa já trouxe mais de US$ 5.1 bilhões em perdas para a Boeing. A perda de US$ 1.32 bilhões só em 2020 (sem contar taxas) foi a maior da história do programa. Em janeiro deste ano a USAF aplicou uma multa de US$ 402 milhões à fabricante por problemas com o sistema de câmeras do KC-46.
A Boeing tem trabalhando para sanar as panes, e limitações já foram superadas neste ano, como reforça a mais recente conquista. Ao mesmo tempo a companhia trabalha ao lado da USAF para resolver o problema das câmeras – o mais grave no KC-46 – através de um completo redesenho do sistema.
Por outro lado, a Força Aérea tem se mostrado otimista com o modelo, que também foi adquirido por Japão e Israel. “Tenho 100% de confiança na capacidade [do Pegasus]”, disse Minihan. “As pessoas que voam, consertam e apoiam, adoram. As pessoas que reabastecem, adoram.”
Com informações de USAF, Defense News.
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