O Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou a venda de 40 caças F-16 Block 70 e 70 kits de modernização para a Turquia na sexta-feira (26). Avaliado em US$ 23 bilhões, o negócio vem logo após o parlamento turco aprovar a adesão da Suécia à OTAN. A venda, no entanto, ainda deve ser aprovada pelos congressistas dos EUA. 

Publicada pela Agência de Cooperação em Segurança e Defesa (DSCA), a nota notifica o Congresso da aprovação da venda pelo Departamento de Estado. Além dos aviões, estão inclusos armamentos (bombas e mísseis), sistemas de navegação, comunicação e autodefesa, radares, computadores de missão, motores sobressalentes e vários outros produtos. 

Conforme noticiado antes, a venda dos caças para a Turquia, negociada desde 2021, estava condicionada à ratificação da entrada da Suécia para a aliança militar, cujos os turcos são membros desde 1952. Com a ratificação aprovada por legisladores turcos (faltando, ainda, a assinatura do Presidente Recep Tayyip Erdogan), o Presidente dos EUA, Joe Biden, começou movimentos para garantir a aprovação dos congressistas.

As intenções do presidente estadunidense foram confirmadas pelo porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel. “O presidente Biden e o secretário [de Estado] Blinken deixaram muito claro nosso apoio à modernização da frota de F-16 da Turquia, que consideramos um investimento fundamental na interoperabilidade da OTAN.”

Embora Washington e Ancara sejam parceiros de longa data, as relações entre os dois países tem se deteriorado nos últimos anos, afetando diretamente os investimentos de defesa do país. Não fossem esses problemas diplomáticos, a Força Aérea Turca já poderia estar modernizando seus F-16 ou prestes a receber aviões novos de fábrica. A Turquia hoje possui a terceira maior frota de F-16, com cerca de 243 aeronaves do tipo em serviço. 

O acordo, que será realizado por meio do programa de Vendas Militares Estrangeiras (FMS) inclui, além de aviões novos e upgrades, uma série de itens:  

• kits de atualização de modernização para aeronaves F-16 Bloco 40 e Bloco 50+ e modificações do Programa de Extensão de Vida de Serviço (SLEP);
• 149 radares AESA AN/APG-83 SABR, incluindo 10 sobressalentes;
• 952 mísseis ar-ar de médio alance AIM-120C-8 AMRAAM;
• 401 mísseis ar-ar de curto alcance AIM-9X Block II;
• 1434 kits KMU-556, 557 e 559 para bombas GBU-31, GBU-31v3 e GBU-32 JDAM;
• 864 bombas inteligentes GU-39 SDB 1;
• 192 mísseis antirradar AGM-88B e AGM-88E; 
• Capacetes com display integrado Joint Helmet Mounted Cueing Systems (JHMCS) II e Scorpion HObIT.

Segundo a DSCA, a venda apoia “os objetivos da política externa e da segurança nacional dos Estados Unidos” e permite a Turquia “expandir e modernizar sua frota de aeronaves F-16 à medida que as aeronaves mais antigas se aproximam do fim de sua vida útil.”  Se aprovada, a compra vai reforçar a carteira de pedidos da Lockheed Martin – fabricante do F-16 e principal firma do contrato – que hoje conta com 135 encomendas para o modelo.