Sete anos após seu último voo, o bombardeiro britânico Avro Vulcan XH558 vai dar partida nos seus quatro motores Bristol Olympus pela última vez em novembro.

A triste notícia foi anunciada pela organização Vulcan to the Sky Trust, responsável pela preservação do enorme jato de asas em delta. A aeronave está preservada no Doncaster Sheffield Airport, no centro da Inglaterra. O local, no entanto, encerrou suas operações mo início do mês e o Vulcan precisará ser movido para outro aeroporto. 

A Vulcan To The Sky ainda considerou realizar um último voo de traslado do jato, mas a operação seria cara demais. Dessa forma, o avião será desmontado e levado para outro lugar. 

Segundo o Aerotime, uma fanpage que busca a preservação da aeronave anunciou que o último acionamento dos motores será realizado no próximo domingo (20). “Um final tão triste para o melhor exemplo dos bombardeiros Vulcan restantes.”

O XH558 voou pela primeira vez em maio de 1960, mas passou a maior parte de sua vida operacional em reparos após sofrer um bird strike. Posteriormente foi um dos seis bombardeiros convertidos para a versão K.2, de reabastecimento em voo. 

Depois de ser retirado do serviço com a Força Aérea Real, o XH558 permaneceu em solo por 14 anos até voltar aos céus em 2007, voando em demonstrações até 2015. Mesmo após o encerramento dos voos, ele seguiu preservado e com condições de, pelo menos, taxiar, assim como outros dois Vulcans: o XL426 e o XM655, que sofreu um acidente de excursão de pista em setembro.

O Vulcan foi desenvolvido na década de 1950 para compor a chamada Força V de bombardeiros estratégicos. O grupo formado pelo Vulcan e outras duas aeronaves – Vickers Valiant e Handley-Page Victor – foi peça chave da capacidade de dissuasão nuclear do Reino Unido durante as décadas de 1960 e 1970. 

Para os brasileiros, o clássico jato britânico é mais famoso por outro incidente, desta vez diplomático, ocorrido durante a Guerra das Falklands/Malvinas, entre Argentina e Reino Unido, em 1982. Na ocasião, o Vulcan XM597 fez um pouso de emergência no Rio de Janeiro, escoltado por caças da Força Aérea Brasileira, após entrar em espaço aéreo nacional sem autorização. Saiba mais sobre essa história clicando aqui.