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Cinco curiosidades sobre o F-22 Raptor, o primeiro caça de quinta geração

F-22 Raptor carregando tanques de combustível externos. Foto: USAF.

O primeiro de todos os caças da famosa quinta geração, o F-22 Raptor está em serviço há quase 20 anos e segue figurando no pódio: mesmo com modelos mais novos, como seu coirmão F-35, o Raptor ainda é popularmente visto como o melhor avião de caça nos Estados Unidos. Pelo menos naquilo que se propõe, que é derrubar outros caças.

Ele é quase uma Ferrari da Força Aérea dos EUA (USAF): caro, raro, nada barato de manter mas altamente potente, ágil e com grande manobrabilidade.

Sem mais delongas, confira cinco fatos curiosos sobre o F-22 Raptor.

Anos 70 

Embora tenha voado pela primeira vez em 1997, o F-22 tem suas origens na década de 1970, quando a USAF começou a estudar e definir os requisitos para o programa Advanced Tactical Fighter (ATF), que seria lançado em 1981. Também chamado de Senior Sky, o ATF visava encontrar um substituto para o F-15 Eagle e (em partes) para o F-16 Fighting Falcon, na época os mais avançados jatos de combate dos EUA. O modelo também deveria ser altamente superior ao Su-27 Flanker e MiG-29 Fulcrum, contrapartidas da União Soviética para o F-15 e F-16.

A partir desses requisitos, as fabricantes desenvolveram seus aviões para o projeto. Dois protótipos disputaram o ATF: o YF-22 da Lockheed Martin/Boeing/General Dynamics e o YF-23 Black Widow/Grey Ghost da Northrop Grumman. O YF-22 sagrou-se vencedor do programa em abril de 1991, dando origem ao F-22 que conhecemos hoje. 

Protótipos YF-22 na base aérea de Edwards. Modelo de testes deu origem ao F-22 atual. Foto: USAF.
Protótipos YF-22 na base aérea de Edwards. Modelo de testes deu origem ao F-22 atual. Foto: USAF.

750 vs 187

Originalmente, a USAF encomendou 750 F-22 para que o novo jato substituísse os F-15 Eagle em atividade. No entanto, os cortes de gastos com a Defesa, vindos do fim da Guerra Fria, jogaram um balde de água fria nesses planos. Com vetos atrás de vetos, a força aérea acabou comprando apenas 187 aeronaves, sem contar outros oito aviões dedicados à atividades de testes e desenvolvimento. 

Assim, a linha de produção do F-22 foi fechada em 2011, 15 anos depois de aberta e seis anos após o jato ser oficialmente introduzido em serviço. Na época, fatores como custos de fabricação e manutenção, bem como o envolvimento dos EUA na Guerra ao Terror – onde não havia missões para as quais o F-22 foi desenvolvido – justificaram o encerramento da produção do jato. 

Bombas e mísseis

O Raptor é um caça de superioridade aérea: em poucas palavras, uma aeronave que deve estabelecer a dominação do espaço aéreo disputado com o inimigo. Dessa forma, é desenhado puramente para enfrentar outros aviões de combate de alta performance, empregando mísseis de curto e longo alcance, radares potentes, fusão de sensores e outros sistemas que fornecem vantagem no combate. 

F-22 disparando um míssil ar-ar AIM-120 AMRAAM. Foto: USAF.
F-22 disparando um míssil ar-ar AIM-120 AMRAAM. Foto: USAF.

Ainda assim, o F-22 tem capacidade secundária de emprego ar-solo. O Raptor pode transportar duas bombas inteligentes GBU-32 JDAM de 425 quilos nas baias internas, ou ainda oito bombas GBU-39 SDB de 115 quilos. Sua primeira missão real de combate não foi derrubando outros aviões, mas sim lançando bombas contra alvos do Estado Islâmico na Síria, em setembro de 2014. Durante sua carreira, o F-22 realizou uma série de missões de ataque ao solo e suporte aéreo aproximado.

O primeiro abate do Raptor

Feito para ser superior a qualquer outra aeronave no no campo de batalha aéreo, como explicado anteriormente, o F-22 foi produzido para voar em uma guerra que nunca existiu. Capaz de atingir Mach 2.2 (mais de duas vezes a velocidade do som), o F-22 carrega seis mísseis AMRAAM de médio/longo alcance e dois Sidewinder para enfrentar alvos à curtas distâncias. Sua capacidade stealth permite que ataque seus inimigos sem ser visto. 

No entanto, em quase 20 anos de operação e 27 anos desde seu primeiro voo, o Raptor nunca derrubou nenhum jato em combate. Seu primeiro abate é bastante recente e não foi um avião, mas sim um balão de espionagem da China, que cruzou os Estados Unidos. Em uma operação acompanhada de perto pela mídia e a população, um F-22 disparou um míssil AIM-9X Sidewinder contra o balão que caiu na costa de Myrtle Beach, na Carolina do Sul. Dias depois, veio o segundo abate. Um avião dessa vez? Não, novamente um balão, dessa vez no Canadá

F-22 só nos Estados Unidos 

Em 2006 o Congresso dos EUA vetou a exportação do F-22, mesmo para nações aliadas que já operam caças como F-15 e F-16. Considerado a aeronave mais capaz dos EUA em termos de combate aéreo, a venda ou arrendamento do modelo foi proibida por lei federal. 

O Congresso também ordenou estudos para a viabilidade de eventual uma versão de exportação, o que incluiria downgrades na aeronave. Embora Austrália, Japão e Israel tenham manifestado interesse no Raptor, os três países acabaram comprando o F-35 Lightning II, multimissão e mais novo que o F-22. 

F-35 F-22 EUA
Caças F-35 Lightning II e F-22A Raptor. Foto: USAF.

Bônus: seu substituto já existe

Não, você não leu errado. A Força Aérea dos EUA alega ter testado o primeiro protótipo do programa Next Generation Air Dominance (NGAD), que eventualmente vai substituir o F-22. E neste ano a USAF vai selecionar a fabricante da nova aeronave, uma possível concorrência entre Boeing e Lockheed. O substituto do Raptor será uma aeronave de sexta geração. Além do stealth, o novo avião voará ao lado e drones de combate e poderá incorporar armas de energia dirigida, popularmente conhecidas por laser.

Mesmo que o caça de sexta geração esteja próximo de se tornar realidade, o F-22 ainda voará por muito tempo. Ao mesmo tempo que serve como demonstrador para tecnologias que serão usadas na nova aeronave, o Raptor recebe upgrades que o permitem cumprir sua missão até sua eventual aposentadoria. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias

Tags: curiosidade, F-22, usaexport, USAF