A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA anunciou nesta terça-feira (04) uma mudança importante para o descanso dos comissários de bordo. Esta decisão foi uma grande vitória para os tripulantes de cabine.

Desde os anos 1980 os comissários de bordo dos EUA estavam lutando para melhorar as condições de trabalho, algo que vem acontecendo de forma lenta. Agora a FAA durante uma coletiva na manhã desta terça-feira (04), no Aeroporto Nacional de Washington, anunciou o aumento do tempo de descanso mínimo para os comissários. 

Agora os comissários de bordo terão um descanso de no mínimo de 10 horas entre os turnos de trabalho. A mudança foi anunciada por Billy Nolen, diretor interino.

“Bom dia a todos. Realmente é um bom dia, porque estamos aqui para fazer uma mudança importante. Uma mudança que vai melhorar a segurança da aviação e que está atrasada. Tem sido um longo caminho, e eu posso te dizer, já era hora”, disse Nolen na abertura.

Questionado sobre a demora em realizar mudanças, Nolen respondeu:

“Deixe-me dizer que demorou muito. Mas posso garantir que desde que entrei a bordo e assumi o papel de administrador interino da FAA, essa tem sido uma das minhas principais prioridades, desde o secretário [Pete Buttigieg]. juntos fizemos isso, demoramos muito, mas finalmente estamos aqui.”

Nolen reforçou que o dia 15 de janeiro de 2009 dois milagres ocorreram, o pouso bem sucedido do Comandante Sully com o Airbus A320 da US Airways, e a integridade e sobrevivência de todos os passageiros no acidente graças ao trabalho dos comissários de bordo.

Sarah Nelson, que é presidente da Associação dos Comissários de Bordo dos EUA, disse durante o evento:

“Esta regra está sendo elaborada há muito tempo. E representantes de 100.000 comissários de bordo nos Estados Unidos, atrás de mim estão ativistas que trabalharam diligentemente para levantar nossas vozes, para levar dezenas de milhares de comissários de bordo à ação… Isso começou no final dos anos 80, quando os comissários de bordo identificavam os problemas de fadiga.”

Desde os anos 80, Sarah Nelson afirmou que os comissários buscam insistentemente as mudanças visando a segurança dos tripulantes sobre a fadiga humana. Após algum tempo, o Congresso exigiu que fossem feitos testes científicos para detalhar o risco causado pela falta de descanso adequado.

Os estudos indicaram que a fadiga era excessiva nos tripulantes não somente de cabine mas como os pilotos também, e que isso estava desencadeando outras doenças graves como câncer, problemas cardíacos e respiratórios.

Esta é mais uma das recentes mudanças aplicadas do atual governo na aviação norte-americana, não somente para os tripulantes e funcionários como para os usuários do transporte aéreo. 

Com informações da Simple Flying