França conclui testes no Djibouti com dois Mirage 2000D modernizados

A Armée de l'Air et de l'Espace (Força Aeroespacial Francesa) concluiu os testes com os MIrage 2000D modernizados

A Força Aeroespacial Francesa (Armée de l’Air et de l’Espace) concluiu uma campanha de testes com dois caças de ataque Dassault Mirage 2000D RMV (Rénovation Mi-Vie) modernizados. Os ensaios foram realizados entre os dias 01 e 20 de julho no Djibouti e viu os caças testarem seus sistemas de bordo de novos armamentos em condições de combate realísticas, nas altas temperaturas do país localizado no Chifre da África. 

Os dois Mirage 2000D RMV foram empregados pelo Esquadrão de Caça e Testes EC 1/30 “Côte d’Argent” em conjunto com as demais unidades francesas estacionadas no país, como o EC 3/11 Corsica, que emprega os Mirage 2000-5, e os controladores aéreos avançados do 5º Regimento de Armas Combinadas (5º RIAOM), militares responsáveis por designar alvos e coordenar ataques aéreos cerrados. 

Foto: Força Aeroespacial Francesa.

Além dos dois caças, todo seu “ecossistema” foi testado durante o desdobramento. Isso inclui os meios de suporte, sistemas de preparo e relatório de missão e o comportamento de equipamentos específicos para esse padrão, explicou a Armée de l’Air. 

Dentre os armamentos testados está o novo gun pod desenvolvido para o Mirage 2000D, o CC422. O instrumento carrega um canhão revólver DEFA 553 de 30mm com 250 munições. O CC422 se faz necessário em missões de suporte aéreo aproximado, já que os Mirage 2000 de dois assentos (variantes B, D e a já aposentada N) não possuem armamento interno, ao contrário dos caças de um assento. 

Pod de canhão CC422, calibre 30mm, montado no pilone embaixo da entrada de ar esquerda de um Mirage 2000D. Via Meta-Defénse.fr

Segundo o portal The Aviationist, a modernização dos Mirage 2000D também trouxe as bombas GBU-48 e GBU-50 Enhanced Paveway II, guiadas tanto por laser quanto GPS. Para identificação e pontaria de alvos, as aeronaves empregarão o pod Damocles, bem como o pod ASTAC (Analyseur de signaux tactiques) para Medidas de Apoio Eletrônico e Inteligência Eletrônica. Os Mirage 2000D RMV usarão o míssil ar-ar de curto alcance MICA-IR, para autodefesa, mais novos e capazes que o R.550 Magic II atualmente em uso. 

Os Mirage 2000D RMV carregando mísseis MICA-IR, pods Damocles e CC422, bombas Mk.82, GBU-48, GBU-49 e GBU-50. As faixas azuis indicam que as bombas e mísseis são inertes. Foto: Força Aeroespacial Francesa.

No que tange aos aviônicos, os 55 caças que receberão a Atualização de Meia-Vida terão novos rádios VHF, datalink Link 16 e um sistema de vídeo ROVER (Remotely Operated Video Enhanced Receiver) para melhorar o desempenho em missões de suporte aéreo. Novos sistemas de navegação e ataque foram instalados para aprimorar a interação homem-máquina. O portal também diz que os tripulantes aparentam estar usando o capacete Thales Scorpion, o mesmo que será usado pelos pilotos de Rafale F4 da Marinha e Força Aérea Francesa. 

Foto: Força Aeroespacial Francesa.

O Mirage 2000D entrou em serviço na década de 1990, anos depois do Mirage 2000N, versão dedicada às missões de ataque nuclear. A modernização das aeronaves foi anunciada em 2016 e vai permitir que os caças de ataque ao solo fiquem em serviço, operando em conjunto com Rafale, após a década de 2030. 

Há duas semanas, um Mirage 2000D francês foi perdido em um acidente durante uma missão no Mali

Foto: Força Aeroespacial Francesa.

Via The Aviationist, Armée de l’Air et de l’Espace

 

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Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.