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Rússia apresenta como será a sua própria estação espacial, se conseguir lançar

Estação Espacial Ross Rússia

Nos últimos meses a Rússia está protagonizando extensos atritos com a NASA e a ESA em sua missão conjunta na Estação Espacial Internacional (ISS). E planejando o futuro, a Roscosmos divulgou nesta semana como será a nova estação espacial da Rússia.

Projetada para orbitar a Terra, a nova Estação Espacial Russa é uma significativa atualização da Mir, a estação soviética que ficou por 15 anos em órbita, e recebeu a visita de 125 cosmonautas e astronautas de 12 países, incluindo o mais longo voo espacial até hoje.

Ônibus espacial Atlantis atracado na Mir

A “Ross” será colocada em órbita provavelmente a partir da próxima década em duas fases diferentes. No mesmo tempo a Rússia também espera atualizar a sua cápsula utilizada para lançar astronautas, um projeto que está em vigor a um bom tempo.

Na imagem em destaque podemos observar que a estação russa será composta por 10 módulos e vários painéis solares.

Os primeiros voos ainda serão realizados com as espaçonaves Soyuz e Progress, utilizadas atualmente. Logo depois a Rússia diz que buscará uma solução com lançamentos utilizando a cápsula Orel PTC com o foguete Angara-A5M.

A primeira fase da montagem do posto avançado, prevista para começar em 2028, mesmo ano que a Rússia sairá da ISS, é composta pela parte central, uma possível nova cápsula de transporte de suprimentos e um nova espaçonave de transporte de cosmonautas.

Projeção da primeira fase da “Ross”, em 2028.

Uma segunda fase, prevista para começar em 2030, adicionaria mais dois grandes módulos. No final da segunda etapa, a massa da estação atingirá cerca de 122 toneladas e o volume pressurizado – 505 m³ e, por esses indicadores, excederá significativamente o segmento russo da ISS.

Os primeiros módulos têm previsão de lançamento para 2025 e 2026, totalizando quatro unidades em operação, antes da primeira tripulação chegar ao local, em 2028. O cronograma dos russos é bastante otimista, principalmente considerando os últimos atrasos enfrentados pelo país em seus últimos projetos espaciais.

Em termos de órbita, a Rússia pode escolher algo semelhante à ISS, com ângulo de 51,6 graus em relação à linha do equador, ou em uma órbita quase polar, de 97 graus, dependendo de qual orientação a Rússia achar mais favorável entre seus locais de lançamento.

“O segundo ponto: a necessidade de realizar a etapa inicial de pesquisa biomédica do corpo humano em órbita, que em algumas áreas é menos protegido pela magnetosfera terrestre da radiação cósmica. E isso, por sua vez, é necessário para entender o que enfrentarão futuras expedições interplanetárias, que também não terão essa proteção. Como resultado, escolhemos uma órbita síncrona solar única com uma altura de 372 km da Terra e uma inclinação de 96,9° (no primeiro estágio, 334 km e 96,8°), que fornece condições favoráveis ​​constantes para observar o nosso próprio território”, disse Solovyov, justificando uma possível órbita polar.

A previsão da Rússia é que sua estação espacial tenha uma vida útil de 25 anos de uso em órbita, e seja exclusiva para os cosmonautas do país, apesar que uma parceria com a China não está descartada.

“Com vontade política e financiamento suficiente, o ROSS pode ser usado como base para montar um complexo lunar ou marciano. Com a ajuda do ROSS, é possível implementar esquemas eficientes de dois lançamentos, quando a tripulação aguarda na estação a chegada do estágio superior para realizar um pulso de partida para a Lua. Os esquemas de lançamento duplo permitem reduzir a capacidade de carga necessária de mísseis e mudar de veículos de lançamento de classe super-pesados ​​caros para mísseis de classe pesada mais acessíveis“, disse Vladimir Solovyov, diretor de voo do segmento russo da ISS, em entrevista sobre a nova estação espacial.

Sabe-se que a NASA, sem deixar a implementação de programas orbitais, decidiu voltar seriamente sua atenção ao programa lunar. Todos os parceiros da ISS, exceto a Rússia, aderiram ao projeto lunar. 

“Para a liderança da Roskosmos, ficou óbvio que não faz sentido participarmos do projeto lunar americano à margem. Está claro para nós que antes de enviar cosmonautas à Lua, devemos decidir sobre a necessidade desse passo sério e muito caro, para realizar uma quantidade bastante grande de pesquisas com dispositivos automáticos”, disse Solovyov, justificando o investimento.

 

35 anos do lançamento do primeiro módulo da estação espacial soviética Mir

 

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