A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) recebeu na terça-feira (21) um caça-bombardeiro Embraer A-1B AMX, doado pela Força Aérea Brasileira. A aeronave desativada é a primeira a ocupar o novo hangar da universidade e será usada para estudos dos alunos de engenharia aeroespacial, elétrica, mecânica, telecomunicações, computação e demais cursos.
Recebido pela FAB em 2000, o A-1B possui a matrícula 5655 e durante toda sua operacional atuou a partir da Base Aérea de Santa Maria (BASM), vizinha ao campus da UFSM, com os esquadrões Poker e Centauro.
A direção da UFSM já negociava os aviões com o Comando da Aeronáutica desde o ano passado, quando iniciou a construção do hangar. Com a estrutura pronta, o jato foi parcialmente desmontado (com asas e estabilizadores verticais e horizontais retirados) e transportado de caminhão para o campus, com apoio de militares do Grupamento Logístico de Santa Maria (GLOG-SM).
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A aeronave não foi selecionada para a modernização e foi estocada na BASM, onde também serviu como fonte de peças para os A-1 que seguem em atividade. Conforme detalhado pela universidade, o A-1B está sem canopy e o motor, um Rolls-Royce Spey. Assim, a FAB também doou um motor turbojato J85-GE-21, usado pelos caças F-5 Tiger II, bem como outras peças e componentes eletrônicos provenientes do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo.
De acordo com o professor Marcelo Zanetti, a universidade continua negociando com a FAB a doação de outras aeronaves em desuso, incluindo um turboélice de transporte C-95 Bandeirante, também fabricado pela Embraer.
O hangar também abrigará o túnel de vento da UFSM, que atualmente ocupa as instalações do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica (Nupedee). Essa transferência tem como razão principal o barulho produzido por esse equipamento, o qual pode ultrapassar 100 decibéis, atrapalhando as outras pesquisas e trabalhos desenvolvidos no Pavilhão de Laboratórios do Centro de Tecnologia. Está prevista ainda a instalação, no hangar, de dois laboratórios: um deles mais direcionado para a eletrônica e o outro, para a mecânica. Esses laboratórios servirão, por exemplo, para o projeto e construção de aeronaves experimentais, sistemas de comunicação e de radar.
Com a desativação do Esquadrão Adelphi em 2016, no Rio de Janeiro, a BASM ficou responsável por operar o restante da frota de A-1 AMX da FAB. Os jatos, que completam 35 anos de atividade no ano que vem, atuam em missões de ataque ao solo e reconhecimento tático, e foram recentemente modernizados. Assim como os F-5, também serão substituídos pelos F-39 Gripen.
Com informações de UFSM e RFA.
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