O F-117 Nighthawk é uma das aeronaves mais icônicas de todos os tempos e carrega o título de ser o primeiro avião stealth operacional. Apesar de ter sido aposentado em 2008 pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), o jato de ataque “invisível” aos radares vai permanecer em operação até meados da próxima década.
Desenvolvido nos 1970 e 80 como resposta à crescente ameaça dos mísseis antiaéreos, o F-117 se tornou uma aeronave símbolo dos EUA e virou sinônimo da palavra stealth, ou furtivo na tradução para o português. Num breve resumo, é a tecnologia que torna a aeronave muito difícil de ser detectada por um radar, sendo apenas vista pelos sistemas quando já é tarde demais.
O Nighthawk foi projetado pela Skunk Works, a divisão de projetos secretos da Lockheed Martin, e foi igualmente operado em segredo pela USAF a partir da Base de Tonopah, não muito distante da infame Área 51, no Deserto de Nevada. O avião negro com formato diamantado só foi revelado ao público sete anos depois do seu primeiro voo e cerca de um anos antes do seu primeiro uso em combate, durante a invasão dos EUA no Panamá em 1989.
Após 25 anos de operação – com destaque para a participação na Guerra do Golfo em 1991 e na Iugoslávia em 1999, onde foi abatido – a USAF decidiu aposentar o F-117, com algumas das 64 aeronaves sendo destruídas. No entanto, anos após sua baixa, o modelo foi visto voando pelos Estados Unidos, até que a USAF finalmente assumiu que ainda operava o F-117, novamente em segredo, com o jato negro agora sendo usado como plataforma de treinamento para outros aviadores.
E ao que parece, o F-117 Nighthawk vai seguir voando por, pelo menos mais 10 anos. Em setembro do ano passado a USAF publicou um “requisito para informações” (RFI), buscando uma empresa para fazer a manutenção dos aviões furtivos até 2034.
De acordo com o RFI publicado pela USAF no site de licitações do Governo, a empresa contratada deverá fornecer serviços de manutenção e logística aos F-117, que atualmente realizam “operações de voo limitadas” a partir da base de Tonopah. O local também foi, no passado, a sede de um esquadrão secreto cuja missão era testar e explorar caças soviéticos e chineses capturados.
A Força Aérea determina que a contratada deverá preservar as aeronaves em estado de armazenamento de longo prazo e também será responsável pela desclassificação e desmilitarização dos aviões retirados de serviço, que serão repassados a museus “A taxa de desmilitarização/desclassificação prevista é de 2 a 3 aeronaves por ano”, diz o RFI.
O contrato ainda inclui a manutenção do revestimento e sistemas de baixa observabilidade, que tornam a aeronave furtiva. Falando ao Insider, a porta-voz da USAF Ann Stefanek disse que a organização possui 45 F-117, mais de 10 dos quais serão transferidos a museus futuramente. “À medida que desmilitarizamos as aeronaves, elas serão disponibilizadas para museus, se solicitado, ou descartadas.”
O contrato está atualmente inativo, o que pode indicar que alguma empresa já foi selecionada. A previsão é de que os serviços de manutenção para os F-117 stealth se iniciem em 1º de janeiro de 2024.
Quer receber nossas notícias em primeira mão? Clique Aqui e faça parte do nosso Grupo no Whatsapp ou Telegram.