O Governo Colombiano relançou o plano para comprar novos aviões de caça e substituir sua veterana frota de jatos IAI Kfir. O país sul-americano possivelmente já tem seus favoritos: o Saab Gripen E sueco e o Lockheed F-16 Viper dos EUA.

Conforme observa o Defense News, a decisão do presidente Gustavo Petro é vista como uma surpresa. Eleito em 2022 pelo partido de centro-esquerda Colômbia Humana, Petro disse em sua campanha que a compra de novos caças não era prioridade em sua administração. 

No entanto, fontes contaram ao portal que o General Luis Carlos Córdoba, Comandante da Força Aérea Colombiana (FAC) era o responsável pela nova decisão de Petro. Eles explicaram que Córdoba convenceu o ministro da Defesa, Iván Velásquez, sobre a necessidade urgente de substituir pelo menos parte dos Kfir.

Os 24 Kfir (uma versão israelense do Mirage 5 francês) foram adquiridos em 1989. Como resposta à compra dos Sukhoi Su-30 pela Venezuela, a Colômbia investiu numa ampla modernização dos jatos. O serviço, conduzido entre 2014 e 2017 pela IAI, elevou os Kfir ao padrão Block 60 e incluiu a integração dos radares AESA ELTA EL/M-2052, mísseis I-Derby ER e bombas inteligentes Paveway. 

Com a modernização, os Kfir se tornaram, em termos de eletrônica embarcada, os jatos mais avançados em serviço na América do Sul. Todavia, os veteranos aviões já mostram sinais da idade: entre 2012 e 2014, várias aeronaves foram perdidas em acidentes, levando a à paralisação da frota por segurança. O amplo suporte de manutenção da IAI trouxe os Kfir de volta à ativa, mas três aeronaves já deram baixa em 2021. 

Com a urgente necessidade de substituição dos seus principais aviões de caça, a Colômbia agora avalia como vai adquirir novos vetores. Petro tem pressionado legisladores por investimentos em questões sociais e cerca de 25% do orçamento anual do país é destinado ao pagamento de dívidas.

O analista independente de defesa e segurança de Bogotá, Erich Saumeth, é cético.

“O presidente Preto chegou ao poder fazendo muitas promessas sobre gastos com desenvolvimento social e tem um núcleo de apoiadores que não são amigáveis ​​com a compra de equipamentos militares. Por outro lado, o Exército e a Marinha também precisam de modernização”, disse Saumeth. “Então, ou nada vai acontecer, ou [haverá] uma solução provisória não tão boa e medíocre.”

A Colômbia recebeu ofertas de caças Eurofigher Typhoon e Dassault Rafale de segunda mão, mas a FAC tem preferência por monomotores e parece focada no F-16 e Gripen. O governo já recebeu ofertas tanto de novas aeronaves das variantes mais recentes quanto de opções atualizadas de segunda mão.

Uma das fontes militares disse ao portal  que “provavelmente um primeiro lote de 12 aeronaves será adquirido” e que “ofertas de segunda mão de aeronaves modernas com uma grande vida útil restante e potencial de atualização significativo certamente atrairão mais interesse do que antes”.