Em mais um capítulo da novela de crescentes tensões na Ásia, a Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF) despachou 30 caças contra outros 12 da vizinha Coreia do Norte na tarde de quinta-feira (4). Os aviões se aproximaram da fronteira após dias de testes com mísseis e empregos de armamento por parte de Pyongyang. 

Um grupo de oito caças e quatro bombardeiros da Força Aérea e Antiaérea do Exército Popular Coreano (KPAAF) voaram em formação, próximo da fronteira entre os dois países.

Segundo a agência Yonhap, que não identifica as aeronaves envolvidas, o voo foi uma demonstração de emprego de armamentos ar-solo. Como resposta, a ROKAF enviou à região uma força duas vezes maior, que incluiu a presença dos caças-bombardeiros multimissão F-15K Slam Eagle. 

O norte-americano The War Zone diz que o gatilho para a potente reação sul-coreana foi o fato de que as aeronaves do norte teriam atravessado a chamada “Linha de Reconhecimento Especial”, um limite estabelecido por Seul ao norte da Linha de Demarcação Militar, a fronteira terrestre entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, que passa mais ou menos pelo centro da Zona Desmilitarizada (DMZ).

Isso logicamente somado aos recentes disparos de mísseis balísticos da Coreia do Norte, um dos quais passou por cima do Japão em voo recorde para o país comunista. Os sul-coreanos responderam com exercícios ao lado dos Estados Unidos, com emprego de bombas inteligentes e mísseis reais. 

Ainda que a Coreia do Norte possua uma série de mísseis balísticos com capacidade nuclear, as forças armadas são consideradas, no geral, obsoletas. A própria Força Aérea é um exemplo disso, com a ponta de lança sendo formada por velhos MiG-29 Fulcrum ao lado de jatos MiG-21 Fishbed, MiG-23 Flogger, Su-25 Frogfoot e demais aeronaves das décadas de 1950 até 1970.

A ROKAF, por outro lado, possui o moderno F-35 (que virou fonte de polêmicas nesta semana) operando em conjunto com os KF-16 e F-15K, completados pelos F-4 e F-5 mais antigos, que serão futuramente substituídos pelo KF-21 Boramae.