A Indonésia postergou a compra de um lote de caças Mirage 2000 de segunda mão, ex-Força Aérea do Catar. O país asiático agora tem olhos para a modernização de caças russos Sukhoi Su-27 e Su-30 e norte-americanos F-16. 

Em entrevista ao canal TV One, o porta-voz do governo Dahnil Anzar Simanjuntak confirmou o adiamento da compra dos jatos usados, por conta de restrições orçamentárias do país. ” O governo adiou a compra dos jatos Mirage porque nossa capacidade fiscal, por enquanto, não pode suportar tal compra”, disse Dahnil, acrescentando que a decisão foi dos ministérios da defesa e das finanças. Dahnil ainda diz que a Força Aérea (TNI-AU) vai empregar seus recursos na atualização das frotas existentes. 

Segundo o levantamento World Air Forces 2024, a Indonésia possui 32 caças F-16A/B/C/D, cinco Sukhoi Su-27 e 11 Su-30. Embora potentes e capazes, os modelos já são veteranos e uma modernização – já desejada pela TNI-AU há algum tempo – é bem-vinda. Completam a frota de combate os jatos de ataque BAe Hawk Mk.200, turboélices A-29 Super Tucano e os treinadores KAI T-50 Golden Eagle. 

Em junho de 2023 a Indonésia fechou acordo de US$ 801 milhões para a compra de 12 Mirage 2000-5 recém aposentados pelo Catar, sendo três versões de dois assentos e o restante monoposto. As aeronaves seriam entregues em até dois anos após a assinatura do contrato. Em 2022 os jatos quase foram adquiridos pela empresa ARES, mas razões financeiras impediram a finalização do negócio. Os aviões ainda foram ofertados para a Argentina, que busca novos aviões de caça desde 2015. 

A compra, que seria financiada por empréstimos estrangeiros, foi criticada na altura pelos parlamentares indonésios, que questionaram a idade dos caças, que já não são fabricados, dificultando o fornecimento de peças sobressalentes. França, Grécia, Taiwan, Emirados Árabes, Egito, Peru e Índia ainda operam o delta francês. 

Na Indonésia, os Mirage seriam usados como solução temporária (tampões) até a chegada dos primeiros Dassault Rafale. No início do ano passado, o país assinou a compra de 24 desses aviões, com intenções para comprar até 42 unidades. Ao mesmo tempo adquiriu 24 F-15IDN, baseados no F-15EX, versão mais nova do jato norte-americano, em um grande esforço de atualização da frota. 

Com informações de Reuters e The Diplomat