A novela sobre a compra de novos aviões de caça pela Argentina vai se estender novamente. O presidente Alberto Fernández descartou a compra de aviões militares, dizendo que o país tem outras prioridades.
Durante entrevista ao Financial Times na quarta-feira (07), Fernandéz foi questionado se a China poderia se tornar uma fornecedora de armas ao país, ao que respondeu: “A Argentina tem que destinar seus recursos para coisas mais importantes do que a compra de aeronaves militares. Estamos em um continente muito desigual, mas não há problemas de guerra e busca-se a união entre os países.”
As palavras de Fernandéz deixam claro que Buenos Aires não quer se comprometer com a compra de novos caças tão cedo.
De forma “irônica”, a declaração do presidente ocorre ao mesmo tempo em que o Ministério da Defesa estava no processeo de avaliar as propostas das três aeronaves concorrentes: o HAL Tejas indiano, caças F-16 usados da Dinamarca e o sino-paquistanês JF-17 Thunder/FC-1 Xiaolong, este último visto como favorito.
Uma decisão sobre o novo vetor de caça da Argentina era esperada para o final desse ano, mas declarações recentes de Jorge Taiana, chefe da Defesa, deixaram claro que isso ficaria para 2023, contrariando a expectativa dos militares. “Não sei se até o final do ano, acho que até o final do ano teremos recebido todas as ofertas que foram feitas, e analisaremos todas elas”, disse ele.
Uma recente reunião entre o embaixador argentino na China e representantes da CATIC também sinalizava positivamente para a aquisição de um novo avião, no caso JF-17 em sua versão chinesa, o FC-1, bem como outras parcerias no setor de defesa.
Isso também é reforçado pela ausência de representantes paquistaneses nessa e outras reuniões, indicando que a Argentina deseja fazer negócios diretamente com Pequim, assumindo, inclusive, parte da produção do JF-17, algo reforçado pela visita de uma delegação chinesa às instalações da FAdeA.
A Força Aérea Argentina tenta comprar caças novos há anos, especialmente após a baixa dos Mirage III e variantes em 2015. Desde então, o principal vetor de defesa aérea do país é o A-4AR Fightinghawk e apenas um punhado desde jatos está disponível.
O país ainda chegou a selecionar o caça leve KAI FA-50 sul-coreano, mas a compra esbarrou em um velho e constante problema: o embargo do Reino Unido, que proíbe a exportação de produtos de defesa de origem britânica aos argentinos, fruto da Guerra das Falklands/Malvinas de 1982.
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