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Porca faltando há 12 anos levou à queda de caça F-16 na Coreia do Sul

Caça F-16 (KF-16) da Força Aérea Sul-Coreana. Foto: ROKAF.

Investigações sobre o acidente com um caça F-16 na Coreia do Sul revelaram que a falta de uma porca em um componente do motor levou à queda da aeronave. A peça, no entanto, estava ausente há 12 anos por uma falha de manutenção. 

O acidente aconteceu em 20 de novembro do ano passado. A aeronave, um caça KF-16C Fighting Falcon, pertencia à 19ª Ala da Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF), e estava em um voo de treinamento quando sofreu uma pane no motor, forçando o piloto a ejetar. 

A ROKAF formou um comitê para apurar as causas do acidente, reveladas em um relatório obtido pela KBS News no final de dezembro. Após extensas análises dos destroços da aeronave, que caiu numa região montanhosa a 20 km a oeste da Base Aérea de Wonju, os investigadores concluíram que a bomba de combustível danificada foi a causa principal do sinistro.

O dano, no entanto, ocorreu por uma falha de manutenção de mais de 10 anos: a falta de uma porca. A porca em questão era fixada ao eixo de acionamento da bomba de combustível da aeronave. Sem a peça instalada, o eixo vibrou excessivamente, fazendo com que uma engrenagem se desgastasse em ritmo anormal, eventualmente cortando o fornecimento de combustível ao motor, um Pratt & Whitney F100-PW-229.

Motor turbofan Pratt & Whitney F100-PW-229. Foto: Pratt & Whitney
Motor turbofan F100-PW-229, usado no F-16. Foto: Pratt & Whitney

O piloto ainda tentou religar o motor duas vezes, antes de ser forçado a ejetar. Ele foi resgatado e levado a um hospital, de onde foi liberado posteriormente. O acidente também causou uma paralisação nas operações com o KF-16, bem como o cancelamento de um exercício militar. 

Segundo a ROKAF, o eixo estava sem a porca há mais de 12 anos. A peça em questão passa por manutenção periódica a cada 4000 horas de voo e a última vez que isso aconteceu foi em 2010. No momento do acidente o componente havia registrado apenas 900 horas de uso, muito menos que o programado. 

Para eliminar problemas semelhantes, a ROKAF inspecionou mais de 200 motores, incluindo nos caças F-15K Slam Eagle. Ainda segundo o portal sul-coreano, 40 motores foram encontrados sem problema algum. Dessa forma a ROKAF deve retomar as operações com os modelos no dia 02 de fevereiro. 

Caças KF-16 da Coreia do Sul durante o Exercício Buddy Wing em 2014.
Caças KF-16 da Coreia do Sul durante o Exercício Buddy Wing em 2014. Foto: USAF.

Ao mesmo tempo a Força Aérea avalia se vai disciplinar e punir os militares responsáveis pela manutenção defeituosa em 2010. 

F-16 sul-coreano 

O KF-16 forma a espinha dorsal da Força Aérea Sul-Coreana, que possui cerca de 167 aeronaves. Os caças estão sendo atualizados para o padrão Block 70 sob um contrato de US$ 1,2 bilhão, assinado em 2016 com a Lockheed Martin, fabricante do avião.

O modelo foi desenvolvimento na década de 1990 como uma versão do F-16C/D adaptado às necessidades do país e fabricado localmente pela Samsung Aerospace, mais tarde absorvida pela KAI (Korea Aerospace Industries). 

F-16 KF-16 ROKAF Coreia do Sul
Esquadrilha de caças KF-16 Fighting Falcon da Força Aérea da Coreia do Sul (ROKAF). Foto: ROKAF.

Além dos F-16, a ROKAF possui caças F-35 Lightning II, F-15K Slam Eagle, F-5E Tiger II e F-4E Phantom II; o país está investindo bilhões no desenvolvimento do KAI KF-21 Boramae, que deve substituir os dois últimos modelos a partir de 2026. 

 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: acidente, Coreia do Sul, F-16