A Força Aérea dos EUA (USAF) realizou uma impressionante operação de lançamento de aeronaves na última quinta-feira (05). Um total de 24 cargueiros Boeing C-17 Globemaster III fizeram sobrevoaram cinco regiões operacionais no país.
O exercício também envolveu militares do Exército e Fuzileiros Navais e marcou o maior lançamento de jatos C-17 de uma única base na história da USAF, demonstrando a capacidade da Base Aérea Conjunta de Charleston, na Carolina do Sul, em gerar e empregar uma capacidade esmagadora de poder aéreo, atuando ao lado de parceiros.
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“O Comando de Mobilidade Aérea é a manobra significativa para a força conjunta, e nossa vantagem assimétrica são nossos aviadores talentosos e adaptáveis”, disse o major-general Corey Martin, comandante da 18ª Força Aérea.
“Todos os dias estamos aprendendo novas lições que queremos aplicar em combate, então este exercício de geração de missão é uma chance de testar nossas capacidades em um ritmo e escala que se aproximam das operações de combate.”
Os cargueiros C-17 iniciaram o exercício com um voo de demonstração de força sobre a ponte Ravenel, no porto de Charleston, e depois se dispersaram para aprimorar quatro capacidades principais: comando e controle, navegação, ritmo e logística sob fogo.
Enquanto isso, mais de 20 caças F-16 Fighting Falcon, das bases aéreas de Shaw e McEntire, se enfrentavam nos céus como parte do exercício. Nesta atividade paralela, os caças disputaram pela superioridade aérea enquanto as demais forças conjuntas realizavam o transporte aéreo ágil para estabelecer um sistema de defesa antimísseis simulado.
“Temos que lutar para chegar à luta”, disse o coronel Robert Lankford, comandante da 437ª Ala de Transporte Aéreo. “Este exercício testa nossa capacidade de cumprir a missão, enquanto geograficamente dispersos e com comunicações limitadas.”
A operação também é parte da nova doutrina da USAF, chamada de Emprego de Combate Ágil (ACE). As tripulações praticaram opções flexíveis de dissuasão e resposta, como a capacidade de pousar em ambientes austeros e cumprir rapidamente a missão em cada local.
“Este exercício é sobre prontidão e letalidade”, disse o major Zachary Barry, piloto do C-17 e planejador líder do exercício. “Queríamos decolar o maior número possível de aeronaves em um período de 48 horas, para dizer às ameaças que podemos ir a qualquer lugar, a qualquer hora.”
Os primeiros aviões da Força Aérea pousaram no Pope Army Airfield, na Carolina do Norte, onde os militares trabalharam com um elemento suporte de comunicações para estabelecer um centro de operações táticas (TOC). Este, por sua vez, forneceu comunicação segura e estruturas de comando descentralizadas para aumentar a superioridade de decisão crítica e evitar interrupções.
Outros C-17 pousaram na mesma base, onde foram embarcados com militares de táticas especiais. Eles foram então lançados de paraquedas perto da região de Holland; em solo eles capturaram uma pista de pouso de terra para operações subsequentes.
Enquanto isso, C-17 pousavam na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais Cherry Point, também na Carolina do Norte, onde foram rapidamente carregados com os lançadores de foguetes M142 HIMARS e blindados JLTV. Estes foram transportados à base de Pope, onde realizaram uma rápida infiltração.
Footage of yesterday's 24-ship mission generation exercise.
This exercise marked the largest C-17 launch ever from a single base and focussed on agile combat employment and the ability to project overwhelming air power and superiority in a short timeframe. pic.twitter.com/TboNSkgGwq
— Bizjets of War (@bizjetsofwar) January 6, 2023
Os C-17 que pousaram na Estação Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais de Beaufort, Carolina do Sul, executaram uma curva de combate integrada para reabastecer rapidamente os helicópteros de ataque AH-64 Apache do Exército dos EUA.
Em outra base, dessa vez o Hunter Army Airfield, na Geórgia, os militares concentraram-se na logística sob fogo. As tripulações usaram conceitos multicapazes para manobrar a carga, o que significa que exerceram habilidades que estão fora de suas funções principais para cumprir a missão.
“O que estamos praticando são dissuasões flexíveis e opções de resposta flexíveis”, disse Barry. “Se pudermos nos mover muito rapidamente, será mais difícil para o adversário responder.”
Durante o exercício, cerca de 60 aeronaves – incluindo um avião-radar E-3 Sentry e aviões-tanque KC 135 Stratotankers – estavam no ar, sincronizando capacidades para maximizar a letalidade. Os aviadores também experimentaram equipamentos de Comando e Controle que fornecerão informações às tripulações, para aumentar sua consciência do espaço de batalha em um ambiente contestado.
“Este é um exercício histórico para nós, porque precisamos ser capazes de lutar esta noite”, disse o major Barry. “Precisamos estar prontos para atender o chamado, não importa o que aconteça.”
Sobre o C-17
Desenvolvido originalmente pela McDonnell Douglas (atual Boeing) com base no protótipo YC-15, o C-17 Globemaster III é um dos principais aviões de transporte militar dos Estados Unidos, junto do lendário C-130 Hércules e o enorme C-5 Galaxy.
A aeronave tem 53 metros de comprimento, 51,7 metros de envergadura, 16,7 metros de altura e possui quatro motores turbofan Pratt & Whitney F117-PW-100 (PW2000, o mesmo usado pelo 757), cada um gerando mais de 40,400 libras de empuxo.
A aeronave pode transportar até 77 toneladas de carga ou 102 paraquedistas, mas fez fama mundial ao transportar mais de 820 pessoas de uma só vez durante a evacuação do Afeganistão em agosto de 2021.
Em operação desde janeiro de 1995, o C-17 veio para substituir o Lockheed C-141 Starlifter dos Estados Unidos, mas acabou sendo adquirido por outros países: Índia, Austrália, Reino Unido, Catar, Canadá, Kuwait e Emirados Árabes, além da Ala Multinacional de Transporte da OTAN, com sede na Hungria.
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