A Coreia do Sul deve começar em 2024 a produção do seu primeiro avião de caça desenvolvido localmente, o KF-21 Boramae, conforme revelado pela Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA).
A agência estatal deve assinar ainda esse ano um contrato com a fabricante Korean Aerospace Industries (KAI) para começar a fabricação da aeronave de combate, o que, segundo a agência de notícias Yonhap, seria um marco importante na busca do país por um caça local avançado.
Segundo a DAPA, os seis protótipos do KF-21 passaram por voos de testes bem sucedidos, realizando várias avaliações de desempenho, incluindo voos supersônicos e testes de separação de armas. Ainda assim, vários outros testes serão realizados neste ano, diz a DAPA, incluindo ensaios em condições climáticas extremas na Agência para o Desenvolvimento de Defesa em Seosan, 98 quilômetros a sudoeste de Seul, até fevereiro.
Lançado em 2015 como KF-X, o KF-21 vai substituir modelos veteranos ainda em atividade com a Força Aérea Sul-Coreana (ROKAF), especificamente o F-4 Phantom II e o F-5 Tiger II. Previsto para entrar em serviço em 2026, o jato vai operar ao lado dos numerosos F-16 Fighting Falcon, os potentes F-15K Slam Eagle e os furtivos F-35 Lightning II. A ROKAF quer ter 120 dos novos em serviço até 2032.
Embora apresente um desenho similar ao de jatos stealth, como o F-35 e o F-22 Raptor dos EUA, o KF-21 é um caça de 4.5 geração, que incorpora elementos de furtividade em seu desenho, mas carrega seu armamento em cabides nas asas e fuselagem, o que aumenta drasticamente seu retorno radar. Os motores são os F414 da GE Aviation, os mesmos utilizados no SAAB JAS 39E/F Gripen e o F/A-18E/F Super Hornet. A Martin-Baker produz os assentos ejetáveis Mk.18.
Ao contrário dos modelos norte-americanos, a Coreia do Sul quer uma versão biposta para o treinamento de pilotos e outras missões. Atualmente o único caça stealth com dois assentos é o J-20 chinês, embora a Rússia tenha registrado patente para uma versão de dois assentos do seu Su-57 Felon.
Avaliado em US$ 6.1 bilhões, o projeto tem evoluído bem, mas também enfrenta incertezas por conta da falta de pagamentos do governo da Indonésia, parceiro do projeto. Seul concordou em pagar cerca de 60% do custo do projeto, com Jacarta e a KAI cobrindo cerca de 20% cada. Um funcionário da DAPA disse que Coreia e Indonésia estão negociando para que Jacarta apresente um plano de pagamento atualizado.
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