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Possível compra da Índia pode estender produção do F/A-18 Super Hornet

Boeing vai encerrar produção do F/A-18E/F Super Hornet em 2025, mas compra da Índia pode estender esse prazo. Foto: Marinha dos EUA.

Uma plausível compra da Índia pode resultar em uma pequena sobrevida para a linha de produção do caça naval F/A-18 Super Hornet. Em comunicado, a Boeing disse que vai encerrar a fabricação do jato usado no filme Top Gun: Maverick em 2025, quando finalizar as entregas para a Marinha dos EUA. 

Em operação desde o final dos anos 1990, o Super Hornet deve ter sua produção finalizada nos próximos dois anos. Também operado na Austrália e adquirido pelo Kuwait, o F/A-18E/F é o principal caça naval dos Estados Unidos, mas já divide o limitado espaço dos porta-aviões com outro jato de combate, o mais moderno (e polêmico) F-35C Lightning II

Super Hornets Marinha acidente
Caças F/A-18 Super Hornet estacionados no porta-aviões USS Enterprise. Foto: Petty Officer 3rd Class Scott Pittman/Marinha dos EUA.

Segundo a fabricante, o fechamento da linha do F/A-18 em St. Louis, Missouri, abre espaço para outros projetos importantes, como o reabastecedor autônomo MQ-25 Stingray, o jato de treinamento T-7 Red Hawk, asas para o 777X e a produção do caça F-15EX Eagle II. A companhia diz que o foco também é redirecionado para os trabalhos de modernização dos F/A-18 e EA-18G, que estão sendo atualizados para o padrão Block III. 

Por outro lado, a Boeing ainda afirma que a produção do modelo pode ser prorrogada até 2027 “se o Super Hornet for selecionado por um cliente internacional.” Embora não especifique o “cliente”, a Índia é o único país que está considerando comprar o F/A-18.

O bimotor naval norte-americano disputa com o francês Dassault Rafale M um contrato da Marinha Indiana (IN), que quer substituir os problemáticos MiG-29K russos. Embora a operação do Super Hornet em rampas STOBAR já tivesse sido avaliada anteriormente, o mesmo não se pode dizer para o Rafale. De qualquer forma, os dois modelos foram testados nas instalações da IN em Goa, no sul do país, ao longo do ano passado.

F/A-18 Super Hornet Boeing durante os testes em Goa, na Índia. Modelo disputa contrato da Marinha Indiana com o Dassault Rafale M. Foto: Boeing.
F/A-18 Super Hornet Boeing durante os testes em Goa, na Índia. Modelo disputa contrato da Marinha Indiana com o Dassault Rafale M. Foto: Boeing.

Ainda assim, rumores não confirmados apontam para um possível favoritismo da IN pelo Rafale, cuja versão convencional já opera na Força Aérea Indiana. Fontes da própria Marinha disseram que o delta-canard seria anunciado como vencedor da disputa em março, durante uma visita do presidente francês Emmanuel Macron. 

Futuro do caça Top Gun

Como mencionado antes, o F/A-18 Super Hornet está operando nos porta-aviões dos EUA desde 1999. Embora seja baseado no F/A-18 Hornet, o Rhino (como é chamado na Marinha) é maior, mais potente, carrega mais armas e tem mais autonomia. 

Desde 2021 é empregado pelos Blue Angels, a equipe de demonstração da Marinha; as forças aéreas do Kuwait e Austrália também o operam. Sua versão F/A-18F de dois assentos deu origem ao EA-18G Growler, de guerra eletrônica, que substituiu o EA-6B Prowler. 

F/A-18 Top Gun Maverick
Um dos F/A-18 Super Hornet usados no filme Top Gun. Foto: Bruce Taylor

Embora presente há mais de 20 anos, o modelo ficou ainda mais famoso em 2022 com o lançamento da sequência de Top Gun: Ases Indomáveis (1986), protagonizando o filme produzido e estrelado por Tom Cruise. 

Cockpit do F/A-18 Block III tem display panorâmico similar ao do Gripen brasileiro. Foto: Boeing.
Cockpit do F/A-18 Super Hornet Block III tem display panorâmico similar ao do Gripen brasileiro. Foto: Boeing.

Com mais de 600 aeronaves produzidas desde 1995, o término da produção do F/A-18 não significa o fim do avião, que deve permanecer em operação por mais alguns anos. Enquanto produz aviões novos para a US Navy, a Boeing também atualiza os Rhino para a versão Block III, que inclui a Service Life Modification, um processo que estende a vida útil das aeronaves para 10 mil horas de voo.

Além disso, a versão Block III incorpora modernizações nos aviônicos, sistemas de missão, sensores, comunicação via satélite e guerra eletrônica. Uma das maiores modificações está no cockpit, que terá uma tela panorâmica sensível ao toque, encontrada em caças como o F-35, F-15EX e o F-39 Gripen.

Futuramente, os F/A-18 Super Hornet cederão o lugar para o F/A-XX, um projeto de caça de 6ª geração em desenvolvimento pela Marinha, similar ao Next Generation Air Dominance (NGAD) da Força Aérea dos EUA. 

 

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Gabriel Centeno

Autor: Gabriel Centeno

Estudante de Jornalismo na UFRGS, spotter e entusiasta de aviação militar.

Categorias: Militar, Notícias, Notícias

Tags: Boeing, F/A-18 Super Hornet, Índia, usaexport