O lendário e veterano caça F-5 Tiger II recebeu mais uma atualização avançada. Os “tigres” da companhia civil Tactical Air Support (TacAir), dos EUA, agora possuem um sistema de pontaria e rastreamento por infravermelho, o conhecido IRST.
A tecnologia não é novidade, mas tem se tornado cada vez mais importante no cenário do combate aéreo moderno. Os IRST (Infrared Search and Track na sigla inglês) funcionam detectando aeronaves e demais alvos pelo espectro infravermelho, sua assinatura de calor. O método ainda é passivo, ou seja, o alvo não sabe que está sendo rastreado.
O IRST é um instrumento tido como tradicional em caças russos, presente em algumas versões do MiG-23 Flogger, da década de 1960, e amplamente usado nos jatos das famílias MiG-29 Fulcrum e Su-27 Flanker. Em aeronaves ocidentais, o IRST é encontrado no Eurofighter Typhoon, Saab Gripen E, Dassault Rafale e F-35.
Nos EUA o sistema chegou a ser usado no F-106 Delta Dart, F-4 Phantom II, F-14D Tomcat e F-106 Delta Dart, mas não entrou em serviço com outros caças modernos como F-15, F-16 e F/A-18. O F-22 deveria receber, inicialmente, um IRST, o que não aconteceu.
A situação só está mudando agora. No caso do F/A-18 Super Hornet, principal caça da Marinha dos EUA, o IRST é carregado em um tanque de combustível modificado. Já os F-15 e F-16 também estão recebendo o equipamento na forma de um pod, o que ocupa o espaço de um outro sensor, ou tanque de combustível.
Ainda assim, boa parte dos caças de países adversários dos EUA (China e Rússia) possuem o IRST integrado, tornando o sistema perigoso até mesmo para jatos stealth de 5ª geração. Por isso, replicar tais ameaças é importante para o treinamento dos aviadores norte-americanos.
A TacAir anunciou em 12/10 que concluiu os primeiros testes em voo com o sistema TacIRST, desenvolvido pela Lockheed Martin. O TacIRST foi instalado em frente ao para-brisa de pelo menos três caças F-5AT, uma versão extensivamente modernizada do F-5E Tiger II que a TacAir usa para fornecer serviços de treinamento de combate aéreo. Este tipo de operação é chamada de red air, aggressor ou adversary.
Dessa forma, a solução foi embutida no próprio avião, e não carregada em um casulo externo como nos casos mencionados acima.
“Ao contrário das soluções em pods usadas com mais frequência para empregar interferência e IRST no conjunto de missões ar-ar, nosso TacIRST e jammer DRFM [memória de radiofrequência digital] avançado são totalmente integrados à fuselagem do Advanced Tigers, arquitetura de sistemas de missão aberta e telas de cockpit modernas”, disse o CEO da Tactical Air, RC Thompson, em comunicado.
“Ao adotar essa abordagem inovadora, evitamos penalidades significativas no desempenho da aeronave inerentes às soluções em cápsulas e mantemos o impressionante envelope de desempenho do F-5AT em todos os aspectos.”
A companhia sediada em Nevada afirma que a “integração do TacIRST é fundamental para a evolução de seu sistema avançado de replicação de ameaças F-5AT, que dá suporte aos contratos de adversários da Marinha dos EUA e da Força Aérea dos EUA.”
“Estamos extremamente gratos à Lockheed Martin pela abordagem inovadora adotada neste sistema e pelo esforço colaborativo de sua parte para avançar neste programa muito importante”, diz Thompson
Conforme observa o The War Zone, o TacIRST possui uma pequena janela ao invés dos IRSTs tradicionais instalados em uma “janela bulbosa ou redonda”. No caso do instrumento do F-5, ele possui um sensor de observação menor, semelhante à abertura distribuída ou aos sensores do sistema de alerta de ameaças infravermelhas encontrados no F-35 e F-22.
O portal também aponta que é possível, embora não confirmado, que parte da tecnologia por trás do TacIRST esteja de alguma forma relacionada a atualizações do Detector de Lançamento de Mísseis AN/AAR-56 do F-22, um sistema esférico de alerta de ameaças infravermelhas que fornece muito mais do que apenas aproximação de mísseis avisos, ou pelo menos atualizações potenciais dele no futuro.
Com o upgrade, a TacAir avança com a simulação de ameaças aéreas modernas para os pilotos de combate norte-americanos. Mais impressionante ainda é ver um sistema desse tipo no pequeno e antigo, mas persistente, F-5 Tiger.
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